Estudo explica integração de imigrantes

A segunda geração continua buscando sua identidade Keystone

Os estrangeiros se concentram em certos bairros nas cidades suíças não porque querem mas porque são mais baratos. Quando possível, mudam para bairros melhores e procuram se integrar. A conclusão é de um estudo divulgado quinta-feira.

Nas cidades maiores, existe uma tendência à segregação. Bairros da periferia concentram imigrantes e são abandonados pelos suíços.

As aparências enganam

A pesquisa foi divulgada quinta-feira foi feita em Zurique, Basiléia e Berna pela Universidade de Bonn, na Alemanha, e encomendada pelo Fundo Nacional suíço de Pesquisa Científica.

Uma das conclusões é que o fato de pertencer a um grupo étnico ou nacionalidade não é determinante na escolha do bairro de residência. Essa escolha é feita em função do estatuto social e da renda do imigrante.

Geralmente com salários inferiores, os estrangeiros não têm muita escolha para morar. O mesmo ocorre com os suíços que também têm baixos salários. “Toda pessoa que pode, suíça ou estrangeira, muda para um bairro melhor”, afirma Andreas Widmmer, responsável pelo estudo.

Ordem e limpeza ajudam

A integração dos estrangeiros também depende mais da capacidade de adaptação à ordem tão prezada pelos suíços do que da nacionalidade. “Respeitar a ordem e a limpeza nos prédios é mais importante do que o fato de ser uma família de brancos ou negros”, explica Widmer.

A pesquisa também constatou que, uma vez estabelecidos, tanto suíços como estrangeiros tendem a rejeitar moradores de outras nacionalidades. Isso vem ocorrendo em relação aos iogoslavos, por exemplo, considerados como “ainda não adaptados à ordem suíça”.

Segunda geração tem outra atitude

Os filhos dos emigrantes, ainda não muito bem adaptados, têm uma atitutde diferente. Com sua necessidade de se afirmar, eles rejeitam mais facilmente a “rigidez” suíça e têm mais contado com outros imigrantes do que com suíços da mesma geração.

Outra conclusão é que os programas sociais para integração surtem pouco efeito porque as relações pessoais são mais fortes. A escola também não desempenha bem esse papel.

Para evitar a segregação geográfica duradoura, a prioridade deve ser dada à ascenção social dos imigrantes, especialmente os da segunda geração, recomendam os autores do estudo.

swissinfo com agências