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Imagens da seca na Suíça

Paisagens lembrando desertos ou estepes, lagos aquecidos e geleiras liberando corpos ou destroços desaparecidos há séculos: a Suíça vive no verão de 2022 um dos seus períodos mais quentes da história.

Durante o ano o país recebeu pouca chuva em comparação com a média, segundo dados coletados pelo serviço de meteorologia Meteonews. Houve 54% menos precipitações. O hidrologista Massimiliano Zappa afirma que o sul da Suíça vive, provavelmente, sua pior estiagem. E, no norte, a primavera já foi bastante seca.

De acordo com o Depto. Federal Suíço de Meio Ambiente, o volume de água diminuiu em praticamente todos os lagos e rios Devido à falta de precipitação, o Exército suíço está transportando água de helicóptero para vários Alpes em diferentes cantões para garantir o abastecimento para os animais de criação.

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Há também um risco elevado de incêndios florestais em quase todos os lugares. A maior parte do mapa de riscosLink externo  está marcado pela cor “vermelha”. Por esta razão, a maioria dos cantões decretaram uma proibição absoluta de fogueiras ao ar livre.

© Keystone / Jean-christophe Bott

O aquecimento do globo mudou visivelmente a paisagem na Suíça ao longo dos últimos 20 anos, como explica a Fundação Suíça para a Conservação da Paisagem. Pastos verdes se transformaram em estepes que mais lembram a região da Toscana, na Itália.

As águas também estão aquecidas. Os peixes, que dependem de temperaturas mais frias, sofrem. No entanto, ainda não houve mortalidade em massa como em 2018, graças a numerosas noites mais frias. Os banhistas, por outro lado, sentem os efeitos das altas temperaturas: em muitos lagos as algas se espalham e a pulga de pato, um parasita que causa pústulas na pele, se tornou recorrente.

Longa duração

No que diz respeito à classificação dos eventos, o Depto. Federal de Meteorologia e Climatologia, enfatizou que as ondas de calor vividas atualmente não foram particularmente excepcionais apesar dos pico de temperatura. O que marca o verão de 2022 é a sua duração e intensidade.

Devido ao derretimento das geleiras, corpos de pessoas desaparecidas há décadas foram descobertos nas últimas semanas. Em 26 de julho, os restos mortais de um montanhista vieram à luz não muito longe da montanha Matterhorn. Esta semana, um esqueleto humano foi encontrado em outra geleira do cantão do Valais. Em 4 de agosto, a geleira do Aletsch, também no Valais, liberou partes de um avião turístico que caiu em junho de 1968.

Adaptação: Alexander Thoele

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