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Açores traz seu folclore e sua viola a Friburgo

A bandeira portuguesa como referência à identidade swissinfo.ch

Friburgo torna-se encruzilhada do folclore de 20 a 25 de agosto. Entre os 8 países participantes, os Açores, que apresenta danças, sua "viola da terra" e sua nostalgia. Momento de indagar sobre o papel do folclore diante dos ritmos modernos.

A Ilha Terceira está representada pelo Grupo Folclórico das Doze Ribeiras.

Como acontece há 28 anos, realiza-se na cidade suíça de Friburgo novo festival internacional de folclore – os “Rencontres Internationales de Folklore” (RIF).

A edição 2002 reúne grupos de 5 continentes: Taiwan, Colômbia (foto abaixo), Geórgia, Indonésia, Rússia/ Sibéria, Niger, e França (no lugar da República Checa, em conseqüência das inundações), o grupo dos Açores.

Abertura

O evento traz uma animação particular à cidade, com desfiles, espetáculos de rua, espetáculos de gala. Essa diversidade de culturas, de pontos tão opostos do mundo, só favorece encontros, trocas, intercâmbios e abertura, destacam os organizadores.

Aliás, abertura é na opinião de muitos suíços o de que a Suíça anda precisando muito: “abertura à Europa, abertura ao mundo”, destaca Jacques Peiry, presidente dos RIF, estimando que os encontros anuais em Friburgo preenchem essa função.

A esse respeito, a secretária da Cultura do estado de Friburgo, Isabelle Chassot disse a swissinfo que “cultura rima com abertura e com o conhecimento dos outros” destacando que as numerosas facetas dos Encontros “são um enriquecimento para todos”.

A modesta Friburgo (cerca de 40 mil habitantes) sente também ter vocação internacional com uma universidade (5 mil estudantes) dos diferentes pontos do globo, disse o prefeito da cidade, Dominique de Buman.

Inevitável saudade

Quanto a Açores, os representantes do arquipélago vieram trazer algo mais que o anticiclone que determina o tempo na Suíça: uma tradicional cordialidade, uma abertura de espírito, uma música original com seus toques nostálgicos que revelam o fundo da alma portuguesa.

No grupo, integrado por 31 pessoas entre as quais 7 músicos, destaca-se um instrumento que no Brasil era desprezado mas foi resgatado: a viola caipira que nos Açores chamam “viola da terra”. Na Ilha Terceira evoluiu para uma viola de 15 cordas, mas traz sempre aquela sonoridade própria e rica, hoje valorizada.

O instrumento dá ao folclore açoriano um toque especial, lembra Carla Bron, guia do Grupo Folclórico das Doze Ribeiras: “Um folclore meio triste, melancólico. Folclore de saudade. Quando vão embora há sempre uma coisa por trás que os retém”.

Resta que este como outros folclores desempenham função importante no mundo de hoje, um mundo em que muitas pessoas perderam o Norte. Mais que nunca exerce um caráter de identidade.

Swissinfo/J.Gabriel Barbosa

Os Encontros vão até domingo, 25 de agosto.

Os RIF acontecem todos os anos, sendo o mais importante da Suíça.

O evento “é uma encruzilhada de civilizações do mundo inteiro”.

Participam 8 países. Além de Açores/Portugal, Taiwan, Colômbia, Georgia, Indonésia, Niger, Russia/Sibéria e França.

Para os participantes e os hóspedes é uma chance de abertura ao mundo.

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