Maior feira de arte do mundo começa em Basileia
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Quem gosta de arte tem diversão garantida até domingo em Basileia, noroeste da Suíça. Trabalhos de 2500 artistas estão expostos na Artbasel, considerada a maior feira de arte do mundo.
Este ano, na 41a. edição, os organizadores esperam 60 mil visitantes – entre artistas, colecionadores, galeristas e fãs da arte. As 300 galerias representam 37 países.
A novidade deste ano é o programa “Art Parcours”. Durante três noites, performances de 10 artistas em vários pontos da cidade. A arte vai modificar a paisagem de Basileia de 17 a 19 de junho. Os trabalhos poderão ser vistos no centro histórico, na frente da prefeitura, na catedral, no Museu de História Natural e na universidade – uma das mais antigas e conceituadas da Europa, onde lecionaram Hebel e Friedrich Nietzsche, entre outros.
Os trabalhos foram selecionados por Jens Hoffmann, diretor do Instituto Wattis de São Francisco. Dentre os artistas estão John Bock, Angela Bulloch, Daniel Buren, Nathalie Djuberg e Wyn Evans. A fachada da universidade de Basileia, por exemplo, receberá a instalação de Daniel Buren. À noite, as janelas emitirão luzes coloridas. Já John Bock fará uma apresentação no barco que transporta passageiros pelo Reno desde 1854.
Celebridades anônimas
Visitar os estandes das galerias é ver o que há de melhor nas artes plásticas dos séculos 20 e 21. O nível técnico dos trabalhos é indiscutível. Inúmeras galerias exibem Joan Mirò, Wassily Kandinsky, Fernand Léger, Roy Lichtenstein, Andy Warhol, entre outros artistas.
Todos os anos, celebridades costumam visitar a feira.
Mas o que parece conferir maior movimento e sucesso ao evento ao longo de todos estes anos são os anônimos – e grandes – colecionadores. Em geral, visitam a mostra um dia antes da abertura e já reservam suas novas aquisições. Muitas das obras que estão lá entrarão para coleções privadas – dificilmente serão vistas pelo grande público.
As galerias foram selecionadas pelo comitê organizador – das 1100 inscritas, apenas 300 passaram pelo crivo dos especialistas. Os Estados Unidos estão representados por 72 delas; depois vem a Alemanha, com 53, seguida da Suíça, com 32. Ao todo são 37 países representados. Dentre os lusófonos, apenas o Brasil e Portugal estão na mostra.
Novas galerias e artistas jovens
Há o rigor, mas sempre espaço para novos talentos. A mostra contempla uma área para projetos de artistas jovens. Este ano, a Art Statements inclui 26 projetos de 17 países. A galeria brasileira “A Gentil Carioca”expõe o trabalho “Hammocknet”, de Maria Nepomuceno. “Este espaço é muito importante porque as pessoas entram em contato com o fundamento do artista”, explica Marcio Botner. “Na visita às galerias que mostram as obras consagradas, o contato com a arte se dá de outra forma. Aqui há um mergulho na arte”, explica à swissinfo.ch.
A participação artística brasileira pode ser apreciada também na Art Unlimited, parte da feira que contempla diferentes plataformas. São 56 projetos e muitos deles convidam o público a participar da instalação. A galeria brasileira “Fortes Vilaça” apresenta o trabalho “The Tenant”, de Rivane Neuenschwander e Cao Guimaraes. O filme mostra a trajetória de uma bola de sabão por uma casa vazia.
Alguns projetos provocam filas – mas o público não reclama de esperar. É o caso da instalação do artista espanhol Sergio Prego, “The Ikurriña Quarter”. São tubos feitos com uma borracha bem fina branca: os visitantes passeiam por dentro da montagem. A instalação do americano Doug Aitken também atrai o público: “Frontier” leva o visitante a uma instalação retangular onde são projetados vários filmes. O personagem central passa por várias cenas como se fosse uma série em diferentes ritmos. A montagem leva à reflexão sobre a cultura de massa e a existência humana.
Arte e som na praça
Do lado de fora da feira, alguns projetos mudam a praça de exposições de Basileia. São 14 projetos que fazem parte da Art Public. No alto do centro de convenções, a peça em neon e acrílico do artista Ugo Rondinone muda a arquitetura com a inscrição “Big Mind Sky” em cores fluorescentes.
A escultura do carioca Ernesto Neto, apresentada pela Fortes Vilaça, é uma delas: são peças de aço que se compõem em equilíbrio. Mas a instalação do italiano Alberto Tadiello mexe com a essência da cidade. LK100A, da galeria T293, de Nápoles , é uma peça que tem um compressor de ar e que emite um som de sirene: o ruído estridente percorre os tubos e invade a praça. Quem quiser se aventurar aos 120 decibéis tem de marcar hora. A sirene toca a partir das 12H30 a cada duas horas e somente até as 20h30 – assim, o barulho não quebra as leis do silêncio suíço.
Lourdes Sola, swissinfo.ch, Basileia
1) O Brasil está representado na mostra por quatro galerias.
A Gentil Carioca – http://www.agentilcarioca.com.br/
Fortes Vilaça http://www.fortesvilaca.com.br/
Milan http://www.galeriamillan.com.br/
Strina http://www.galerialuisastrina.com.br
A galeria portuguesa Cristina Guerra participa do evento:
http://www.cristinaguerra.com/home.php
2) O programa Parcours está no site
http://www.art.ch/go/id/klf/
3) A artbasel abre de quarta a domingo, das 11 às 19 horas.
http://www.artbasel.com/go/id/ejg/
4) A seleção dos grupos que se apresentarão no Parcours foi feita por Jens Hofmann, do Wattis Institute: http://www.wattis.org/
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