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Congresso de diáspora suíça trata temas recorrentes com novo ímpeto

© Auslandschweizer-Organisation / Adrian Moser

O "Parlamento dos Suíços do Exterior" se reuniu na sexta-feira em Lugano, Cantão do Ticino. A agenda do Conselho incluiu o voto pela internet, a questão europeia e os serviços da Suíça para a sua diáspora.

Após uma pausa de três anos devido à pandemia, mais de 85 dos 140 membros do Conselho dos Suíços do Exterior de todo o mundo se encontraram pessoalmente em Lugano, onde o 98º Congresso dos Suíços do Exterior está sendo realizado neste fim de semana.

A agenda incluiu tópicos recorrentes que há muito preocupam os suíços no exterior: o voto pela internet, a cooperação com o Ministério das Relações Exteriores, a questão europeia e o seguro saúde.

As discussões foram muito intensas. A atmosfera era festiva, com um sentimento geral de alegria por estarem juntos novamente – muitos membros do Conselho se conhecem há décadas – assim como uma atmosfera de renovação, graças a alguns novos delegados do Conselho.

Identidade eletrônica

Após uma primeira tentativa de introduzir uma identidade eletrônica (E-ID) ter falhado nas urnas em março de 2021, uma consulta está em andamento para relançar o projeto. Desta vez, um passaporte digital deve ser emitido pelo Estado e não por empresas privadas, como havia sido previsto inicialmente.

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O Presidente da Organização dos Suíços do Exterior (OSE), Filippo Lombardi, resumiu os argumentos a favor de uma identidade eletrônica do ponto de vista dos suíços do exterior: é um pré-requisito para o acesso aos serviços do Estado pela internet. “A E-ID facilita a votação pela internet”, disse Lombardi. Ela também poderia melhorar o acesso dos suíços do exterior aos bancos suíços. A resolução de que a OSE deveria intervir favoravelmente no procedimento de consulta foi aceita por unanimidade.

O presidente da OSE, Filippo Lombardi, presidiu a reunião do Conselho dos Suíços do Exterior em Lugano. © Auslandschweizer-Organisation / Adrian Moser

O Estado e sua diáspora

Johannes Matyassy, chefe da Divisão Consular do Ministério das Relações Exteriores (DFAE), apontou uma lacuna entre as expectativas dos suíços no exterior e as possibilidades realistas de apoio disponíveis pelo DFAE em situações de crise. Ele citou a pandemia de Covid-19, a situação no Sri Lanka, em Taiwan e na Ucrânia. “Em todas essas situações, nós sempre pensamos primeiro nos suíços no exterior”, garantiu.

O DFAE desenvolveu recentemente sua comunicação para os suíços no exterior dando uma estratégia clara: informação e prevenção são agora uma prioridade. Johannes Matyassy apresentou projetos nessa direção, tais como a campanha de conscientização “Envelhecer no exterior”.

>> Leia mais sobre esta campanha para aposentados suíços no exterior:

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Reuniões virtuais em salas de apartamentos com aposentados suíços no Maghreb ocorrerão em novembro como um projeto piloto. O representante do DFAE também falou sobre o aplicativo “SwissInTouch”, que a partir de novembro permitirá que a comunidade suíça no exterior se conecte com as representações da Suíça no exterior.

Na sexta-feira em Lugano, também foi discutido um relatório do Departamento Federal de Auditoria da Suíça, que acaba de submeter as embaixadas e consulados suíços a uma auditoria completa. Os auditores constataram que o ministério está tendo um bom desempenho, exceto na área de digitalização. “Sim, há documentos dos suíços no exterior que se amontoam. Mas no final, é um bom relatório”, disse Johannes Matyassy.

O representante do Ministério das Relações Exteriores suíço, Johannes Matyassy, que em breve se afastará do cargo, foi agradecido pela direção da OSE – Diretora Ariane Rustichelli e Presidente Filippo Lombardi. Balz Rigendinger

Voto eletrônico

O tema da votação eletrônica, que na Suíça significa votar pela internet, foi responsável pela maioria dos votos na reunião do Conselho. A questão tem estado no topo da agenda da OSE há anos. Para os membros da diáspora, o voto eletrônico é a única maneira de garantir que eles possam participar da vida democrática em sua pátria. Cerca de 800.000 cidadãos suíços vivem no exterior, e quase um quarto deles quer participar das eleições e votações.

“Estamos trabalhando em uma solução de votação eletrônica com os Correios Suíços”, disse Lombardi, “e vamos insistir nisso”. Mas não se espera que tal sistema esteja amplamente disponível para as eleições federais de outubro de 2023.

O sistema de seguro de saúde suíço também foi objeto de mais discussões. Em alguns casos, os cidadãos suíços no exterior têm que abrir mão de seu seguro básico suíço. Muitos acham difícil fazer ou manter seguros de saúde privados, especialmente quando a idade ou doenças pré-existentes intervêm.

“Quando você é velho e frágil, você é excluído destes seguros. Isto é uma injustiça”, disse Josef Schnyder, delegado da Tailândia. Ele apontou que a assistência médica é mais barata no exterior e que, assim como para a aposentadoria, muitas pessoas pagaram seus planos de saúde durante toda a vida e acabam sendo excluídas.

>> A questão europeia também estava na agenda do Conselho dos Suíços do Exterior:

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Adaptação: Fernando Hirschy

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