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Ouro importado de Dubai tenta burlar sanções contra Rússia, diz ONG suíça

ouro
A Rússia é o segundo maior produtor de ouro do mundo. Keystone / Martin Ruetschi

A Suíça tem registrado um aumento significativo nas importações de ouro dos Emirados Árabes Unidos desde a introdução das sanções contra a Rússia. A ONG Swissaid pede mais transparência para determinar se este ouro está vindo da Rússia.

As refinarias de ouro suíças, responsáveis pelo refino de cerca de 70% do ouro do mundo, deixaram de importar ouro diretamente da Rússia desde que as sanções foram introduzidas no final de fevereiro.

Em março, o Departamento Federal de Alfândega e Proteção de Fronteiras registrou 36 toneladas de importações de ouro, totalizando CHF2,1 bilhões dos Emirados Árabes Unidos. Isto é mais em um mês do que em qualquer outro momento nos últimos seis anos.

A Swissaid diz que isto levanta questões sobre se o ouro russo está entrando na Suíça via Dubai e, portanto, contornando as sanções. A China e Dubai estão entre os mais importantes destinos de exportação de ouro da Rússia, que é o segundo maior produtor de ouro.

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“Essa posição de poder global no mercado exige também responsabilidade. Afinal poucas pessoas sabem que a mineração de ouro não está isenta de riscos e problemas sociais ou ambientais”, declarou Mark Pieth, professor de direito criminal da Universidade de Basileia, em um artigo publicado recentemente pela swissinfo.ch. Neste sentido, muitos especialistas consideram que a Suíça…

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“A Suíça e as refinarias têm o dever de fazer todo o possível para garantir que a Suíça não se torne uma rota de fuga do ouro russo em trânsito por Dubai”, diz Marc Ummel, que respons matérias primas na Swissaid.

Impulso à transparência

Dubai tornou-se nos últimos anos um importante centro comercial para o ouro. Em julho passado, uma investigação da Swissaid revelou que o ouro originário de regiões em conflito na África tem entrado na cadeia de abastecimento de ouro via Dubai, apesar das leis e compromissos voluntários de limpeza das cadeias de abastecimento de ouro. De acordo com o relatório, o ouro é processado por empresas Emirati que não têm vínculos diretos com refinarias suíças, tornando impossível rastrear a origem do metal e garantir que ele seja extraído em condições que respeitem os direitos humanos e o meio ambiente.

A Suíça é a sede de quatro das sete maiores refinarias do mundo. A Swissaid consultou cinco refinarias suíças para se informar sobre suas importações provenientes dos Emirados Árabes Unidos. Somente Valcambi indicou que havia importado ouro dos Emirados Árabes Unidos em março de 2022. As outras disseram que não o fizeram. Algumas refinarias suíças se recusaram a importar qualquer ouro de Dubai porque não podem verificar suas origens.

A Swissaid argumenta que a guerra na Ucrânia e os desafios do monitoramento das sanções contra os produtores de ouro russos destacam a necessidade de maior transparência na cadeia de abastecimento. No outono passado, o governo suíço pediu às refinarias que reforçassem as auditorias para identificar o verdadeiro país de origem de todo o ouro proveniente dos Emirados Árabes Unidos. Entretanto, a ONG pediu leis mais rigorosas e uma melhor aplicação da lei sobre a origem do ouro.

Em março, o Tribunal Administrativo Federal Suíço, ao rejeitar um pedido da ONG Society for Threatened Peoples (Sociedade dos Povos Ameaçados), que exigiria que os refinadores revelassem as origens do ouro, tomou uma posição junto aos refinadores.

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