Subsidiária inglesa da Glencore condenada a pagar CHF315 mi por suborno

Sede da Glencore na Suíça, no cantão Zug. © Keystone / Urs Flueeler

Uma subsidiária inglesa do grupo suíço de mineração e comércio Glencore foi condenada a pagar uma pena total de £276,4 milhões (CHF314,2 milhões) em um tribunal de Londres na quinta-feira por sete crimes de suborno em relação a suas operações petrolíferas na África.

A Glencore Energy UK Limited foi condenada a pagar uma multa de £182,9 milhões, bem como uma ordem de confisco de £93,5 milhões.

O juiz da Southwark Crown Court disse que as ofensas às quais a Glencore havia se declarado culpada representavam “corrupção corporativa em larga escala, empregando somas muito substanciais de dinheiro em subornos”.

“A corrupção é de longa duração, e ocorreu em cinco países distintos na África Ocidental, mas teve sua origem no centro de comércio de petróleo da África Ocidental da réu em Londres. Era endêmica entre os comerciantes naquele centro em particular”, disse o juiz.

Na quarta-feira, o Escritório de Fraudes Graves (SFO) da Grã-Bretanha disse ao tribunal que a Glencore Energy UK Limited pagou – ou não conseguiu impedir o pagamento de – milhões de dólares em subornos a funcionários nos cinco países africanos.

Funcionários e agentes da empresa usaram jatos particulares para transferir dinheiro para pagar os subornos, disseram os promotores.

A subsidiária britânica se declarou culpada em junho das sete ofensas de suborno. A Glencore, uma multinacional sediada na Suíça, disse em maio (veja a reportagem acima) que esperava pagar até US$ 1,5 bilhão em relação às alegações de suborno e manipulação de mercado nos EUA, Brasil e Grã-Bretanha.

Reforma corporativa

O representante da Glencore disse que “a empresa lamenta sem reservas os danos causados por essas ofensas e reconhece os danos causados, tanto a nível nacional como público nos países africanos em questão, assim como os danos causados a outros”.

Em suas observações de sentença, o juiz disse que a Glencore havia feito esforços na reforma corporativa e “hoje parece ser uma corporação muito diferente do que era na época dessas ofensas”.