Protecionismo empede crescimento, constata UNCTAD
Pela primeira vez em dez anos, os países emergentes, entre os quais o Brasil, tiveram um crescimento menor do que os países ricos. É o que destaca relatório da UNCTAD, Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento. (Foto: R. Ricupero)
Os países ricos devem facilitar o acesso de seus mercados aos países emergentes. Este é o apelo lançado pela UNCTAD, (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento) em seu relatório publicado nesta semana. O estudo destaca que o protecionismo impede o crescimento.
Pela primeira vez em dez anos, os países emergentes, entre os quais o Brasil, cresceram menos que os países ricos. A globalização não fomentou a expansão da economia dos paises em desenvolvimento, como se esperava. Ao contrário, trouxe a esses países grandes déficits comerciais e instabilidade.
Rubens Ricupero (foto), secretário geral da UNCTAD, responsabiliza os países industrializados por essa situação nos países emergentes.
Segundo Recupero somente no Setor de baixa-tecnologia os países emergentes perdem mais de 700 bilhões de dolares em exportações por ano. E sugere que a questão seja discutida na Rodada do Milênio, no âmbito da Organização Mundial do Comércio, rodada a ser realizada aem Seattle, nos Estados Unidos, a partir de novembro.
Quase todos os países em desenvolvimento tiveram crescimento menor e ainda sofrem os efeitos das crises financeiras que abalaram o mundo em 98 e 97. As “exceções marcantes” são a China e a Índia. Estes dois países “resistiram à tentação de aplicar uma prematura liberalização comercial e uma rápida integração ao sistema financeiro internacional”. Segundo dados estimados pela Unctad, as economias mais ricas do mundo cresceram em média 2,2 por cento em 98 ao passo que a expansão nos países emergentes ficou em 1,8.
Se os países emergentes precisam defender seus interesses, as margens de manobra de que dispõem são limitadas, indica o estudo da UNCTAD.
As negociações do milênio no âmbito da OMC deveriam então levar em conta a situação no Sul e convencer os países industrializados que eles têm interesse em solucioná-la.
Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.