Blatter é reeleito na Fifa

Depois de meses de polêmica e acusações, o suíço Joseph Blatter foi reeleito presidente da Fifa para um 2° mandato de 4 anos. Por 139 votos a 56, Blatter elegeu-se no primeiro turno no Congresso da entidade, em Seul.
Os inimigos trocaram acusações durante meses mas instantes depois da reeleição começaram a elogiar-se mutuamente. Blatter disse ao camaronês Issa Hayatou, 55 anos, “que ele comportou-se como um cavalheiro” durante a campanha.
Contestação vem da UEFA
Hayatou cumprimentou Blatter pela reeleição e disse-lhe que “poderia contar com sua fidelidade e colaboração, como no passado”. Um dia antes, os dois quase trocaram sopapos quando Blatter encerrou a sessão sem a dar a palavra aos adversários.
Blatter foi eleito no primeiro turno com 9 votos a mais que a minoria de dois terços das 197 associações nacionais de futebol com direito de voto na Fifa. Em 98, Blatter fora eleito para suceder ao brasileiro João Havelange que ficou 24 anos no cargo.
A gestão de Blatter começou a ser contestada sériamente depois da falência da ISL-ISMM, empresa que comercializava os direitos de transmissão da Copa, com um rombo de 300 milhões de dólares.
A contestação vinha principalmente da UEFA, União Européia de Futebol, a mais poderosa das associações, dirigida pelo sueco Lennart Johanson, inimigo que havia perdido a eleição para Blatter em 98.
Outro suíço vai perder
Johanson, membro do Comitê Executivo da Fifa, havia pedido a demissão de Blatter, acusando-o de gestão desleal. Apoiou então a candidatura de Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol para concorrer com Blatter. Hayatou também é membro do Comitê Executivo da Fifa. Portanto, todos se conhecem muito bem e há muito tempo.
A situação de Blatter complicou-se ainda mais em abril quando o secretário geral da Fifa, o também suíço Michel Zen-Ruffinen traiu Blatter e publicou um dossier de 21 páginas acusando-o de cometer “atos delituosos”. Depois disso, parte do Comitê Executivo entrou na justiça suíça contra Blatter por gestão desleal.
Zen-Ruffinen deve perder o cargo, pois o secretário geral é eleito pelo Comitê Executivo, enquanto o presidente é eleito pelo Congresso.
Panos quentes
Com a reeleição de Blatter, parece que todos querem esquecer ou colocar panos quentes nessa briga de poderosos cartolas. “O mundo do futebol não mente. Meu dever é restaurar a paz nessa família e eu o farei” declarou Blatter instantes depois da reeleição.
Terça-feira, fato inédito, Blatter havia sido vaiado por parte dos delegados. Depois da reeleição, quase brincaram de roda. A pedido do presidente reeleito, todos deram-se as mãos para simbolizar a unidade da família do futebol.
swissinfo/Claudinê Gonçalves

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