ONGS criticam Conselho de Segurança

Em Genebra, as organizações não governamentais que tratam do problema das crianças-soldados aplaudem que a questão tenha sido debatida no Conselho de Segurança mas afirmam que só o debate não vai alterar em nada a situação.

Seis grandes organizações não governamentais juntaram-se no ano passado para lutar juntas contra o problema das crianças-soldados e formaram a Coalizão contra a utilização de crianças em conflitos. A legislação internacional prevê atualmente o limite de 15 anos de idade para o recrutamento militar mas a Coalizão quer subir esse limite para 18 anos.
Esta semana, o Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, aprovou uma resolução inédita que condena os atentados contra a integridade física e moral das crianças nos conflitos armados e lembra que o recrutamento de menores de 15 anos será julgado como crime de guerra. Prevê ainda que a opinião das crianças seja levada em consideração nas negociações de paz.
“É ótimo que esse debate ocorra mas mostrou que há divergências políticas sobre a questão dentro do Conselho de Segurança”, declarou em Genebra Stuart Maslen, coordenador da campanha das ONGS.
Ele refere-se ao fato dos Estados Unidos se oporem à elevação da idade do recrutamento para 18 anos e acha que isso deveria estar incluido na resolução. “Enquanto não houver unanimidade dentro do Conselho de Segurança, a situação não vai mudar”, segundo Maslen.
As ONGS calculam que existem 300 mil crianças-soldados no mundo, muitas vezes drogadas e maltratadas.