Ucrânia e Coreia do Sul concordam em compartilhar informações militares
A Ucrânia e a Coreia do Sul concordaram em compartilhar informações sobre o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia, de acordo com um comunicado divulgado pela Presidência sul-coreana, nesta quarta-feira (27), por ocasião da visita do ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, recebeu a delegação ucraniana liderada por Umerov e manifestou sua “esperança de que ambos os países trabalhem juntos” face às “ameaças à segurança” decorrentes da cooperação militar entre Moscou e Pyongyang, segundo o comunicado.
Os dois países concordaram em “continuar compartilhando informações sobre o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia, assim como sobre a transferência de armas e tecnologias entre a Rússia e a Coreia do Norte”, acrescentou a Presidência sul-coreana.
A delegação ucraniana também tenta convencer a Coreia do Sul a enviar armas a Kiev para apoiar o país em sua luta contra a invasão russa, que está prestes a completar três anos.
Em outubro, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, mencionou em uma entrevista a uma rede sul-coreana que a Ucrânia forneceria à Coreia do Sul uma lista “detalhada” de armas necessárias, que incluiria sistemas de artilharia e de defesa aérea.
“Não sei qual será a resposta da Coreia do Sul, mas gostaríamos muito que eles nos ajudassem”, disse Zelensky.
A visita da delegação ucraniana coincide com um contexto de maior compromisso da Coreia do Norte com a Rússia, incluindo o envio de tropas norte-coreanas para apoiar Moscou.
Esta crescente colaboração militar entre Pyongyang e Moscou levou a Coreia do Sul a reconsiderar sua política de exportação de armas.
“Em função do envolvimento norte-coreano, ajustaremos a nossa estratégia de apoio em várias etapas”, declarou Yoon no início de novembro, indicando que um primeiro lote de armas, se finalizado, seria de natureza defensiva.
A Coreia do Sul, um dos maiores exportadores de armas do mundo, possui sistemas de defesa aérea e armamento avançado que poderão desempenhar um papel crucial no conflito.
Segundo analistas, sua capacidade industrial, mantida devido à constante ameaça da Coreia do Norte, permite-lhe produzir armas que têm sido negligenciadas pelas indústrias ocidentais nos últimos anos.
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