Ataques russos abalam Odessa durante visita de Zelensky e premiê grego
A Rússia bombardeou Odessa, nesta quarta-feira (6), durante uma visita a esse porto no sul da Ucrânia do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, e do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, um ataque que deixou cinco mortos.
“No final [da visita] ouvimos o som de sirenes antiaéreas e explosões muito perto de nós. Não tivemos tempo de nos refugiar”, disse Mitsotakis, que se referiu ao ocorrido como uma “experiência impressionante”.
Para os russos, “não importa se [os alvos] são militares ou civis”, declarou Zelensky.
“Confirmamos o ataque contra as infraestruturas portuárias da cidade de Odessa. Confirmamos a morte de cinco pessoas. Há também feridos”, informou à AFP o porta-voz da Marinha ucraniana, Dmytro Pletenchuk.
O Ministério da Defesa da Rússia reivindicou um ataque com mísseis que atingiu “um hangar em uma zona portuária comercial de Odessa onde estavam sendo preparados veículos de superfície não tripulados para seu uso em combate por parte das forças armadas ucranianas”.
No entanto, a Casa Branca disse que “parece que [o míssil] caiu perto do comboio” de Zelensky e Mitsotakis.
“Este ataque é outro lembrete de como a Rússia segue atacando de forma temerária cada dia, e das necessidades urgentes da Ucrânia, em particular de sistemas interceptores de defesa aérea”, afirmou um porta-voz do Conselho de Segurança Interna americano.
Um pacote de ajuda de US$ 60 bilhões (R$ 296,3 bilhões), crucial para a Ucrânia, está atualmente bloqueado pelos republicanos no Congresso americano.
“Este enésimo ato de intimidação russo não terá qualquer efeito nem enfraquecerá a resistência ucraniana apoiada sem titubear pela Itália”, condenou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
– Depósito incendiado –
Kiev, por sua vez, intensifica suas ações na retaguarda russa, com o suposto assassinato, nesta quarta-feira, no território ocupado de Berdiansk, de uma funcionária eleitoral que colaborava com as autoridades russas, morta na explosão de seu carro.
Segundo os investigadores, “um artefato explosivo caseiro foi colocado sob o veículo”.
O responsável local da ocupação russa nessa região do sul da Ucrânia, Evgueni Balitski, denunciou no Telegram “um ato terrorista” e uma “tentativa de intimidação” a uma semana das eleições presidenciais russas, que serão realizadas de 15 a 17 de março, também nos territórios ocupados.
Vários dirigentes da ocupação russa ou colaboradores na Ucrânia e na Crimeia anexada morreram ou ficaram feridos em ataques e atentados atribuídos a Kiev nos dois últimos anos.
Cerca de 600 km ao norte, na região russa de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, um depósito de petróleo pegou fogo nesta quarta após um ataque com drones ucranianos, um tipo de operação cada vez mais frequente.
– Grossi na Rússia –
Há vários meses, parte da estratégia militar ucraniana consiste em atacar seu adversário longe da linha de frente para perturbar a logística do exército russo, que abastece suas tropas com munições e combustível através das regiões fronteiriças.
“Um ataque de drone ucraniano no distrito de Zheleznogorsk provocou um incêndio em um depósito de combustível e lubrificantes”, indicou o governador regional de Kursk, Roman Trovit, afirmando que não houve vítimas.
Desde o início da invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Kiev ataca regularmente os territórios sob controle de Moscou, e nas últimas semanas, tem focado particularmente em depósitos de petróleo e refinarias.
Por outro lado, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, está visitando a Rússia, onde se encontrará com o presidente Vladimir Putin pela primeira vez desde 2022 e com Alexei Likhachev, chefe da agência nuclear russa Rosatom.
De Sochi, no sudoeste do país, Grossi advertiu a Rússia para não reativar a usina nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pelas forças de Moscou no sul da Ucrânia.
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