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Inventor reflete sobre os 30 anos da Internet

Enquanto a World Wide Web marca seu 30º aniversário, seu fundador e inventor, Tim Berners-Lee, pondera sobre o que ela se tornou - nem sempre para o bem da humanidade - e como consertá-la.

Este conteúdo foi publicado em 12. março 2019
swissinfo.ch
Tim Berners-Lee, inventor da World Wide Web, em um evento comemorativo dos 30 anos da rede no CERN, em Genebra, em 12 de março Keystone

"A web se tornou uma praça pública, uma biblioteca, um consultório médico, uma loja, uma escola, um estúdio de design, um escritório, um cinema, um banco e muito mais", escreveu Berners-Lee em uma carta aberta publicada em seu site da World Wide Web Foundation na terça-feira (12).

Hoje, conceitos da web como html, http e URL são universalmente reconhecidos. Metade da população mundial está online e existem quase dois bilhões de websites. Mas à medida que a web se expande, ela continua a experimentar inúmeras dificuldades de crescimento e a divisão digital continua aumentando.

"Precisamos colocar a outra metade da humanidade online o mais rápido possível, já que essa ausência está se tornando cada vez mais injusta. Precisamos manter a Internet aberta e livre, lutando pela neutralidade da rede, e devemos pensar sobre privacidade e possuir seus próprios dados e como as redes sociais devem realmente controlar o discurso do ódio”, disse Berners-Lee a uma audiência na Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN), em Genebra.

Durante sua “adolescência digital”, a web foi especialmente afetada por problemas disfuncionais como hacking patrocinado pelo Estado, assédio online, discurso de ódio e desinformação, alertou.

"Vago, mas excitante"

Trinta anos atrás, Berners-Lee, um cientista britânico que trabalhava no CERN, apresentou um trabalho ao seu superior intitulado “Information Management: a Proposal”, que revolucionaria a maneira como vivemos hoje.

Seu artigo mostrou como as informações podem ser transferidas facilmente pela Internet usando hipertexto, o que permitiria aos usuários navegar facilmente entre textos em páginas da Web usando links.

"Vago, mas excitante" foi a resposta do seu supervisor. Mas a proposta dele recebeu luz verde e o resto é história.

Mais de 30 anos, a web transformou a sociedade. Mas Berners-Lee, agora com 63 anos, está consciente do que precisa ser feito para consertar sua invenção. Sua fundação espera que governos, empresas e cidadãos assumam um papel mais importante na formação da web para o bem, sob os princípios estabelecidos em seu "Contrato para a Web".

Nos termos do contrato, os governos devem garantir que todos possam se conectar à Internet, mantê-la disponível e respeitar a privacidade. As empresas devem tornar a Internet acessível, respeitar a privacidade e desenvolver tecnologia que coloque as pessoas - e o bem público - em primeiro lugar. Os cidadãos devem cooperar e respeitar o "discurso civil", entre outras coisas.

“Governos e grandes empresas percebem que há coisas que precisam fazer para consertar a web e que precisam ser bons participantes responsáveis”, disse. “Se você assinar o contrato, está dizendo que os princípios são realmente importantes e que deseja fazer parte dos detalhes. É sentar com outros participantes e descobrir como encontrar o equilíbrio entre deixar as empresas de tecnologia fazer a coisa certa e regulá-las, e entre liberdade de expressão e discurso de ódio”.

O contrato, que não é "escrito em pedra", deve ajudar a guiar as pessoas na jornada da "adolescência digital para um futuro mais maduro, responsável e inclusivo", disse o inventor da web.

"É compreensível que muitas pessoas tenham medo, sem saber ao certo se a web é realmente uma força para o bem", disse Berners-Lee. “Mas dado o quanto a web mudou nos últimos 30 anos, seria derrotista e sem imaginação presumir que a web como a conhecemos não pode ser modificada para melhor nos próximos 30 anos. Se desistirmos de construir uma web melhor agora, então a web não terá falhado conosco. Nós teremos falhado na web”.


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