Uma subida do Tällihorn de 2.855 metros no sudeste da Suíça
Keystone / Arno Balzarini
A arte de escalar os Alpes foi premiada com o cobiçado título de patrimônio cultural imaterial da UNESCO, que celebra tradições, formas de arte e práticas bem conhecidas.
Uma candidatura conjunta de comunidades montanhistas e guias da França, Itália e Suíça foi aprovada na reunião anual do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO em Bogotá, na Colômbia.
Os grupos se uniram para promover o esporte de alta montanha, que leva seu nome da cordilheira que se estende pelos três países europeus.
“Ele requer habilidades físicas, técnicas e intelectuais, e é caracterizado por uma cultura compartilhada familiarizada com os ambientes de alta montanha, a história da escalada e valores associados”, disse a UNESCO.
“O alpinismo também envolve o conhecimento do ambiente natural e um forte espírito de equipe. A maioria dos membros da comunidade pertence a clubes alpinos, que atuam como uma força motriz para a cultura alpinista”.
Enquanto os primeiros vestígios do alpinismo remontam à antiguidade, um dos atos fundadores do alpinismo moderno foi a primeira ascensão do Mont Blanc por Jacques Balmat e Michel-Gabriel Paccard em 1786.
Em 14 de julho de 1865, uma equipe de sete montanhistas, liderada pelo inglês Edward Whymper, tornou-se a primeira a chegar ao cume do Matterhorn, perto de Zermatt. Na descida, o jovem montanhista inexperiente Douglas Hadow escorregou, arrastando quatro colegas para a morte. Edward Whymper e dois guias de montanha de Zermatt sobreviveram graças a uma corda rompida. Reprodução da litografia por Gustave Doré (1832-1883).
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Um guia de montanha no glaciar inferior de Grindelwald entre 1885 e 1890. (Keystone)
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De 17 a 18 de agosto de 2002, dois montanhistas suíços escalaram a face norte do Eiger usando equipamento de escalada de estilo antigo. Filmados pela televisão suíça, eles recriaram a escalada do alemão Anderl Heckmair e do austríaco Heinrich Harrer em 1938.
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A caminho do Gornergrat, cantão do Valais. Xilogravura do final do século XIX. (KEYSTONE/INTERFOTO/Coleção Rauch)
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Os alpinistas Heinrich Harrer, Ludwig “Wiggerl” Voerg, Andreas Heckmair e Fritz Kasparek, da esquerda para a direita, posam para uma foto em 24 de julho de 1938, após a primeira ascensão bem sucedida da face norte do Eiger, perto de Grindelwald, no cantão de Berna.(KEYSTONE/PHOTOPRESS-ARCHIV)
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Botas de escalada, cordas e outros equipamentos pertencentes aos alpinistas que escalaram pela primeira vez a face norte do Eiger perto de Grindelwald, Suíça, em julho de 1938. (KEYSTONE/PHOTOPRESS-ARCHIV)
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O alpinista italiano Walter Bonatti prepara as mochilas e equipamentos antes da subida da face norte do Eiger em 1963. (Mondadori Portfolio/giorgio Lotti)
Mondadori Portfolio/giorgio Lotti
Os guias de montanha Erhard Loretan, à esquerda, e André Georges, à direita, posam sobre uma geleira no Oberland Bernês em 27 de fevereiro de 1986, após anunciarem sua intenção de subir 37 picos suíços em 25 dias. (Keystone)
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Os alpinistas Stephan Siegrist e Michal Pitelka no topo do Eiger. Em 17 e 18 de agosto de 2002, eles escalaram o pico usando equipamentos de estilo antigo. (KEYSTONE/VISUAL IMPACT/Thomas Ulrich)
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Turistas em frente ao Matterhorn, Zermatt, em 1990.(KEYSTONE/Martin Ruetschi)
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Praticantes de caminhada relaxam no mirante Diavolezza a 3.000 metros, acima do Val Bernina nos Grisões, em 22 de julho de 2003. (KEYSTONE/Arno Balzarini)
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Trilhas em direção ao Matterhorn, em Zermatt, 19 de julho de 2014.(KEYSTONE/Anthony Anex)
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Em 14 de janeiro de 2015, o alpinista suíço Ueli Steck escalou a face norte do Eiger em um tempo recorde de 2 horas e 23 minutos. (KEYSTONE/Robert Boesch)
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A candidatura à UNESCO foi liderada pelas cidades de Chamonix (França), Courmayeur (Itália), Orsières (Suíça) e o cantão do Valais, com a colaboração científica da Universidade de Genebra.
Essa não é a primeira vez que a Suíça ganha o título de patrimônio da UNESCO pela sua cultura de montanha. Em 2018, o conhecimento, a experiência e as estratégias de gestão dos riscos de avalanche, que têm sido constantemente atualizados e transmitidos ao longo de gerações na Suíça e na Áustria, foram oficialmente reconhecidos como um tesouro cultural mundial.
Na quinta-feira (12), a UNESCO concedeu o mesmo título às procissões da Semana Santa de Mendrisio, no cantão do Ticino, na Suíça italiana. As procissões de Mendrisio acontecem todos os anos na Quinta-feira Santa e na Sexta-feira Santa e atraem milhares de espectadores.
O governo suíço também pretende apresentar candidaturas para o canto alpino, a temporada nas pastagens alpinas e o design gráfico e tipográfico.
Abaixo, outros patrimônios mundiais da UNESCO na Suíça:
O sítio natural do Jungfrau-Aletsch-Bietschhorn, que entrou para o Patrimônio Mundial da UNESCO em 2001 como Alpes Suiços Jungfrau-Aletsch. Só posteriormente, em 2007, é que se lhe juntou o Bietschhorn.
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As geleiras do Aletsch são as mais extensas dos Alpes.
Reuters
La Chaux-de-Fonds e Le Locle: as duas cidades relojoeiras da Suíça. O planejamento urbano e os edifícios refletem a necessidade de organização racional.
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Planejada no começo do século 19, após vários incêndios, as duas cidades devem sua existência à indústria relojoeira.
Reuters
Fundada no século 12 sobre uma colina cercada pelo rio Aare, Berna desenvolveu ao longo dos séculos de acordo com um conceito de planejamento excepcionalmente coerente.
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Os edifícios na cidade velha de Berna, que data de uma variedade de períodos, incluem arcadas do século 15 e fontes do século 16. A maioria da cidade medieval foi restaurada no século 18, mas manteve seu carácter original.
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A cidade de Bellinzona, no cantão do Ticino, abriga um grupo de fortificações ao redor do castelo Castelgrande.
Keystone
As muralhas foram construídas para proteger a cidade antiga e bloquear a passagem através do vale.
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Os vinhedos de Lavaux se estendem por 30 quilômetros ao longo do lago de Genebra.
Reuters
Os registros históricos mostram que a região já era utilizada para a produção de vinhas no século 11.
Reuters
A Companhia de Trem Rhaetian em Albula juntou duas linhas ferroviárias históricas, que atravessam dois desfiladeiros nos Alpes suíços.
Keystone
A linha consiste em 42 túneis, diversas galerias e 144 viadutos e pontes.
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Convento de St. Gallen, um exemplo perfeito de um grande mosteiro carolíngio que foi, desde o século 8 até a sua secularização em 1805, um dos mais importantes da Europa.
swiss image
Sua biblioteca é uma das mais ricas e antigas do mundo e contém preciosos manuscritos como um dos mais antigos planos arquitetônicos já conhecido em pergaminho.
AFP
Dezessete edifícios em sete países foram projetados pelo conhecido arquiteto suíço Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido como Le Corbusier. O conjunto é candidato a reconhecimento pela UNESCO. A foto: a modesta casa que ele construiu para seus pais nas margens do lago Genebra.
AFP
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