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Avião elétrico construído por estudantes decola na Suíça

avion électrique e-Sling
A aeronave leve a bateria de quatro lugares foi construída por estudantes de engenharia da ETH Zurich. Ela tem um alcance de 180 km ou uma hora no ar. swissinfo.ch

Um avião elétrico de quatro lugares movido a bateria, conhecido como e-Sling, desenvolvido por estudantes do instituto federal de tecnologia ETH Zurich, completou seu voo inaugural. O inovador projeto de aviação recebeu elogios do aventureiro suíço Bertrand Piccard.

Nos últimos dois anos, uma equipe de 20 estudantes de engenharia da ETH Zurich trabalharam arduamente em um projeto especial: a criação de uma aeronave elétrica.

A equipe projetou, montou e testou a aeronave leve no parque de inovação de Dübendorf, localizado perto de Zurique. Na última semana de setembro, a aeronave finalmente deixou o hangar e alcançou o céu em voo inauguralLink externo. Ao todo, sete voos de teste foram concluídos naquele dia para marcar o lançamento oficial do e-Sling.

“Ser capaz de construir uma aeronave durante nossos estudos e depois vê-la voando é uma sensação indescritível”, comemorouLink externo o estudante de engenharia mecânica Maurice Kaulich.

A carcaça externa do avião monomotor não foi construída na Suíça. Foi produzida pelo fabricante de aeronaves sul-africano Sling Aircraft – daí o nome e-Sling.

Os jovens estudantes se concentraram no aspecto “e” do avião. Um motor de combustão de aeronave leve tradicional foi substituído por um mecanismo de propulsão elétrica, alimentado por um sistema de bateria modular equipado com uma rede de resfriamento especial.

Batterie e-sling
O e-Sling está equipado com um sistema de bateria modular. As baterias podem ser trocadas durante uma parada. Marc Bührer, Bührer Content Management

Como em todos os aviões elétricos, os principais problemas são a bateria e o peso, pois cada grama pesa no ar.

O e-Sling é a primeira aeronave elétrica equipada com um sistema de bateria modular. A solução é inovadora pois permite que baterias possam ser trocadas durante uma escala.

O motor pesa apenas 42 kg, enquanto as baterias nas asas pesam 224 kg. Isso dá ao avião um alcance de cerca de 180 km ou uma hora de autonomia.

No futuro, a equipe quer desenvolver um sistema de propulsão a hidrogênio que seja mais leve e mais barato e, assim, aumente o alcance da aeronave. O próximo grupo de estudantes de engenharia da ETH Zurich ficará com esse desafio.

O e-Sling é conhecido como um “projeto de foco”, que permite que os jovens alunos coloquem seus conhecimentos teóricos em prática, mas não termina quando eles se formam. Como uma corrida de revezamento, o projeto é passado para a próxima geração. O grupo que acaba de assumir o projeto já é o terceiro.

A benção do pioneiro

Em 2015-2016, o aventureiro suíço Bertrand Piccard completou o primeiro voo de volta ao mundo com emissão zero na aeronave Solar Impulse junto com o piloto André Borschberg. Agora presidente da fundação de mesmo nome, ele está cheio de elogios à iniciativa do ETH Zurich.

“Nosso objetivo com o Solar Impulse era levar uma mensagem e não passageiros”, escreveu à SWI swissinfo.ch por e-mail. “Queríamos mostrar que as tecnologias limpas podem atingir metas que antes eram impossíveis. Nossa maior recompensa agora é ver projetos inspirados por esse espírito.”

Atualmente, existem mais de 600 projetos de aviões elétricos sendo implementados em todo o mundo, de acordo com Piccard. Um dos exemplos é o Pipistrel Velis Electro, o primeiro avião elétrico certificado do mundo. A aeronave, construída na Eslovênia, é usada como avião de treinamento na Suíça.

Bertrand Piccard et André Borschberg
Bertrand Piccard (esquerda) e André Borschberg no aeroporto de Sion testando o Bristell Energic com a tecnologia de propulsão elétrica H55. Keystone / Jean-christophe Bott

No país alpino, a empresa H55Link externo, com sede em Sion e liderada por Borschberg, está fazendo grandes progressos no desenvolvimento de sistemas certificados de propulsão elétrica e baterias para aeronaves. A empresa assinou recentemente um contrato com a fabricante de motores americana Prat & Whitney para eletrificar uma aeronave de 20 lugares.

Além disso, existem vários projetos movidos a hidrogênio em andamento. A fabricante anglo-americana de aeronaves hidroelétricas ZeroAvia anunciou a criação de uma aeronave de 20 lugares com autonomia de 500 km para 2025. A Airbus também está trabalhando em aviões elétricos para 2035.

“Mas ainda há um grande caminho entre a intenção e a concretização”, disse Piccard.

Ele admite que, embora a Suíça tenha uma longa tradição de inovação, no que diz respeito à aviação elétrica e drones, “além do Solar Impulse e do H-55, a Suíça está atrás de outros países como França, Estados Unidos e China”.

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Adaptação: Clarissa Levy
(Edição: Fernando Hirschy)

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