
Suíça quer aderir ao sistema europeu de defesa aérea

A ministra da Defesa da Suíça, Viola Amherd, assinou na sexta-feira um memorando de entendimento para participar do sistema europeu de defesa aérea Sky Shield.
Amherd anunciou a decisão durante uma reunião em Berna com seus colegas alemães e austríacos, Boris Pistorius e Klaudia Tanner.
Quando perguntada sobre a delicada questão da neutralidade da Suíça, a ministra respondeu: “A neutralidade não é universalmente compreendida”.
Atualmente, a iniciativa Sky Shield é composta por 17 países, a maioria dos quais é membro da OTAN. A Suíça, como um Estado neutro, pôde registrar suas reservas em uma declaração suplementar. “Decidiremos por nós mesmos até que ponto queremos participar aqui”, explicou Amherd.
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Esse compromisso diz respeito à aquisição conjunta de um escudo de defesa antimísseis europeu como parte da iniciativa European Sky Shield. Mas a participação suíça apresenta alguns desafios sérios à política histórica de neutralidade do país, pois inclui a troca de informações e a cooperação na operação de sistemas de defesa, explica o repórter Dominik Meier, da televisão pública suíça SRF.
O Departamento Federal de Defesa, Proteção Civil e Esporte (DDPS) disse à SRF Link externoque não há planos para combinar os sistemas de defesa aérea de cada país. Em vez disso, o foco está em uma melhor coordenação da aquisição e manutenção da defesa aérea em nível europeu, o que reduziria os custos, bem como uma melhor coordenação do treinamento e da logística.

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Qual é o futuro da neutralidade suíça?
Amherd disse que “a guerra na Ucrânia abalou a compreensão da segurança na Europa” e, portanto, a cooperação internacional é agora mais importante do que nunca. A iniciativa foi lançada pela Alemanha em agosto de 2022 para ajudar a preencher as lacunas nos céus europeus, tendo como pano de fundo a invasão russa na Ucrânia.
Por fim, Amherd também destacou a importância do envolvimento da Suíça na iniciativa para resolver a situação problemática nos Bálcãs Ocidentais. “Os recentes tumultos em Kosovo são preocupantes. O país precisa da Suíça no local”, concluiu.

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