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Universitários têm expectativa de vida maior

Os efeitos positivos aparecerão mais tarde ... Keystone

Estudo feito por duas universidades suíças conclui que as pessoas com formação superior vivem, em média, sete anos a mais do que as que fizeram apenas a escolaridade obrigatória.

Para reduzir essas desigualdades frente a expectativa de vida, os autores do estudo preconizam adaptações na política social.

A Suíça é um dos países de expectativa de vida mais elevada: 77,9 anos para os homens e 83 anos para as mulheres. Mas essa expectiva varia muito em função do nível de formação, revela um estudo das universidades de Berna e Zurique, publicado sexta-feira (24/3) na revista «Swiss Medical Weekly».

Os pesquisadores estudaram a mortalidade da população suíça a partir do censo de 1990. Na faixa dos 30 anos, a diferença de expectativa de vida entre uma pessoa de nível universitário e outra que concluiu apenas a escolaridade obrigatória é de 7,1 anos entre os homens e de 3,6 anos entre as mulheres, em média.

Na faixa dos 65 anos, a diferença entre os dois graus de formação diminui mas ainda é de 3,5 anos entre os homens e de 2,7 anos entre as mulheres.

Condições favoráveis

Pesquisador no Instituto de Medicina Social e Preventiva da Universidade de Berna, Adrian Spörri sublinha que, aparentemente, não são as horas passadas nas escolas que parecem ser determinantes.

Acontece que a formação universitária permite geralmente ter um melhor emprego, melhores condições financeiras, um meio social mais favorável e condições menos prejudiciais à saúde.

“É a soma desses diferentes fatores que têm um papel determinante na expectativa de vida”, explica Adrian Spörri a swissinfo.

Groupe de risco

Os autores do estudo observam que os homens jovens com pouca formação formam um grupo de risco. As causas de morte nessa grupo são doenças cardiovasculares, suicídio e acidentes, especialmente ligados ao fato de dirigir embriagado.

Os homens dessa faixa etária e formação também são mais expostos ao tabagismo, alcoolismo e obesidade.

“É indispensável investir para permitir aos homens jovens tenham um nível de educação superior”, preconiza Adrian Spörri.

“Na Suíça, temos um sistema escolar muito seletivo e essa seleção é feita muito cedo. Quem não consegue entrar na escola secundária nunca mais terá chance e recuperar o atraso mais tarde na vida.”

Aposentadoria flexível

Segundo os pesquisadores, as pessoas que saem da escola aos 16 anos, em sua maioria irão exercer uma profissão manual, fisicamente mais exigente. Geralmente isso ocorre menos com as mulheres, constata o estudo, daí a diferença de expectativa de vida entre os os sexos.

Os pesquisdores concluem que o estudo poderá ser útil nas discussões acerca da idade da aposentadoria, por exemplo. Sublinham ainda que os resultados das pesquisas apontam para uma sistema de aposentadoria flexível.

“Assim as pessoas que exercem uma profissão mais dura fisicamente poderia se aposentar antes”, afirma Adrian Spörri.

swissinfo, Adam Beaumont

– Na Suíça, a expectativa de vida é de 77,9 anos para os homens e de 83 anos para as mulheres. Só os habitantes de Mônaco e do Japão vivem mais do que os suíços.

– O estudo feito pelas universidades de Berna e Zurique é baseado no censo da população suíça de 1990. Os pesquisadores estudaram os ddados de 3,06 milhões de habitantes da Suíça de expressão alemã.

– As diferenças na expectativa de vida ligadas ao nível de formação são mais acetuadas nos homens, sobretudo jovens, do que nas mulheres.

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