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Múmia de criança com evidência antiga de varíola tinha hepatite B

Um microscópio do laboratório Phycosource em Cergy-Pontoise, perto de Paris, em 24 de fevereiro de 2010 afp_tickers

Acreditava-se que a múmia de uma criança na Itália continha a evidência medieval mais antiga de varíola, mas uma nova análise de DNA revelou que a doença de que ela padecia era na verdade hepatite B, anunciaram pesquisadores nesta quinta-feira (4).

A criança pequena foi enterrada na Basílica de São Domenico Maggiore em Nápoles, Itália, no século XVI, de acordo com o estudo publicado na revista PLOS Pathogens.

Uma aparente erupção facial levou os especialistas a acreditarem, inicialmente, que a criança tinha varíola.

Pesquisadores da McMaster University decidiram fazer uma análise mais aprofundada, usando pequenas amostras de tecido de pele e osso para identificar fragmentos de DNA.

Sua análise genômica mostrou que o vírus era o da hepatite B, que ataca o fígado e também pode causar uma erupção cutânea.

A descoberta confirma que a hepatite B existe há séculos e mudou pouco nos últimos 450 anos, disse Hendrik Poinar, geneticista do McMaster Ancient DNA Center.

“Esses dados enfatizam a importância das abordagens moleculares para ajudar a identificar a presença de patógenos-chave no passado, o que nos permite restringir melhor o tempo em que podem ter infectado humanos”, disse.

“Quanto mais entendemos sobre o comportamento de pandemias e surtos passados, maior é a nossa compreensão de como os patógenos modernos podem funcionar e se espalhar, e essa informação acabará por ajudar no controle deles”, acrescentou.

Hoje, a hepatite B infecta cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo e mata cerca de um milhão de pessoas por ano.

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