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O que diz a imprensa suíça?

Vinheta da Revista de Imprensa semanal com imagem de carnavalescos
Keystone-AP-André Penner

Nesta semana, de 10 a 16 de fevereiro de 2024, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal e África lusófona.

Dengue abafa a exuberância do carnaval

A semana era para ser ilustrada com muita cor, folia, fantasia e corpos seminus, mas o maior destaque na imprensa suíça sobre o Brasil foi a explosão de casos de dengue pelo país.

Sob o título “Dengue no Carnaval do Rio – talvez também entre os turistas suíços”, a revista eletrônica Watson noticia o que já é considerado a pior epidemia de dengue em 50 anos e como essa onda está afetando o turismo e os turistas que foram ao Brasil esperando encontrar apenas folia.

Ainda não há casos conhecidos de duengue importados para a Suíça. Mas sempre há casos importados. “Houve cerca de 25 casos importados em 2012. Após o fim da pandemia, o número aumentou novamente com a retomada das viagens, de modo que houve 260 casos importados de duengue nos últimos dois anos”, diz o epidemiologista Marcel Tanner, ex-diretor do Instituto Tropical Suíço..

Como houve até 40.000 mortes em 2019, por exemplo, as pesquisas sobre vacinas estão sendo realizadas intensamente, mas elas já existem. Há poucos dias, foram publicados os resultados promissores do estudo da vacina brasileira do Instituto Butantan.

A vacina Butantan-DV será lançada no mercado este ano, mas isso não será suficiente para a onda atual. “Por enquanto, ainda estamos vacinando com a vacina japonesa Qdenga da Takeda, que é eficaz contra todos os quatro subtipos de dengue”, diz Tanner. No entanto, espera-se que a nova vacina seja ainda mais eficaz e de fácil acesso, pois é produzida no próprio país. O Brasil lançou uma grande campanha para a Qdenga. No entanto, o foco ainda está na proteção contra mosquitos.

A Swiss Travel Association não emitiu um aviso de viagem para o Brasil. “Sempre seguimos as recomendações de viagem do Departamento Federal de Relações Exteriores – e o FDFA não adverte contra viagens ao Brasil”, diz Beffa. Entretanto, devido ao número atualmente muito alto de casos de doenças, especialmente no Rio de Janeiro, é necessário um certo grau de cautela.

Fonte: Watson.chLink externo em 13.02 (em alemão).

Portugal, a fábrica de luxo

Na vanguarda da inovação têxtil, o país se destaca graças à sua proximidade geográfica com marcas de luxo italianas, francesas e suíças, seus baixos custos de produção e sua preocupação com o meio ambiente, relata o periódico econômico Bilan.

Desde a Covid e a guerra na Ucrânia, cada vez mais marcas estão repatriando sua produção da Ásia ou da Europa Oriental para Portugal. Ao fazê-lo, procuram reduzir a pegada de carbono associada ao transporte, ao mesmo tempo que respondem à crescente procura dos consumidores por uma moda mais ética e que cumpra os requisitos europeus.

A indústria asiática baseia-se sobretudo no preço, que é muito baixo”, recontextualiza Sérgio Neto. As marcas podem fazer pedidos em grande volume aqui, porque é 30 a 40% mais barato do que em seu país, mas às vezes acabam com grandes estoques de mercadorias não vendidas. Ao vir para cá, elas ficam quase que financeiramente melhor, pois economizam no gerenciamento de estoques. Sabemos como produzir produtos em pequenos lotes que, no final das contas, têm um alto valor social e ambiental agregado. Em poucos anos, o “Made in Portugal” tornou-se uma garantia de qualidade.

Fonte: Bilan.chLink externo em 15.02 (em francês) 

Brasil se junta à “troika do clima”

Os Emirados Árabes, o Azerbaijão e o Brasil anunciaram uma formação inovadora para “melhorar a cooperação e a continuidade” nas negociações globais sobre o clima.

Os Emirados Árabes Unidos, que presidiram a COP28, e seus sucessores, Azerbaijão para a COP29 e Brasil para a COP30, anunciaram na terça-feira uma parceria sem precedentes para “melhorar a cooperação e a continuidade” nas negociações climáticas globais com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Essa “troika de presidências de COPs”, prevista no acordo final da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, deve “garantir a colaboração e a continuidade necessárias para manter a Estrela Polar de 1,5°C em vista, de Baku a Belém e além”, disse Sultan Al Jaber, presidente da COP28, citado em um comunicado à imprensa.

Os 198 países que adotaram o acordo final da COP28 em 13 de dezembro, em Dubai, mandataram as três presidências para trabalharem juntas em “um roteiro para a missão de 1,5°C”, o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris, que está seriamente ameaçado pela trajetória das emissões de gases de efeito estufa da humanidade.

Fonte: Tribune de Genève Link externoem 13.02 (em francês) 

Queda de braço com os generais

Em meio às investigações da Polícia Federal do Brasil sobre a tentativa de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, o diário zuriquenho conservador Neue Zürcher Zeitung (NZZ) destacou o fato de que militares, e entre eles vários generais, estavam envolvidos ativamente na conspiração.

“O governo Lula enfrenta uma prova de força com os militares”, noticiou o NZZ, e assim segue:
Generais de alto escalão provavelmente também estiveram envolvidos na tentativa de golpe do ex-presidente Bolsonaro no Brasil. O judiciário está agora investigando, mas as evidências são escassas. Pode haver agitação nos quartéis.

Foi preciso um ano e um mês para que o judiciário brasileiro tomasse providências contra os supostos mentores da tentativa de golpe em janeiro de 2023. Depois que os apoiadores radicais de Bolsonaro invadiram o distrito governamental, apenas cerca de trinta dos 2.200 manifestantes presos na época foram condenados.

Agora, a polícia federal realizou 33 buscas domiciliares e prisões de oficiais militares e ex-ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro. A polícia está chamando a operação de “momento da verdade”.
O judiciário está examinando o círculo íntimo de poder de Bolsonaro.

Isso inclui generais de quatro estrelas, o companheiro de chapa de Bolsonaro e chefe do gabinete presidencial Walter Braga Netto, o ex-chefe de inteligência Augusto Heleno, o ministro da defesa Paulo Nogueira Batista e o ex-ministro da justiça Anderson Torres. Bolsonaro foi intimado a entregar seu passaporte para evitar que fugisse para o exterior.

Essa é uma operação de dimensões históricas, diz Carlos Fico, especialista militar da Universidade do Rio de Janeiro. Agora está claro que os militares estão envolvidos na maior crise política do Brasil em muitos anos.

Fonte: NZZ Link externoem 12.02 (em alemão) 

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Publicaremos nossa próxima revista da imprensa suíça em 16 de fevereiro. Enquanto isso, tenha um bom fim de semana e boa leitura!

Até a próxima semana!

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