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O que diz a imprensa suíça?

Lucas Braathen (l.,NOR) und Robert Trenkwalder (Red Bull) anlässlich eines Medientermins zu seiner Zukunft im Skisport am Donnerstag, 7. März 2024, in Salzburg.
O esquiador norueguês Lucas Braathen anunciou em um evento de seu patrocinador Red Bull que de agora em diante vai competir representando o país de sua mãe. KEYSTONE-APA/BARBARA GINDL

Nesta semana, de 2 a 8 de março de 2024, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal e África lusófona.

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Ele traz o samba para a neve: Lucas Braathen agora representa o Brasil

O assunto nada tem a ver com a Suíça mas tomou as páginas impressas e eletrônicas de toda a mídia helvética, seja em francês, alemão ou italiano.

Lucas Braathen, 23 anos, cinco vezes vencedor da Copa do Mundo, competirá pelo Brasil, país de sua mãe, em vez da Noruega na próxima temporada. Desde que apareceu no circuito da Copa do Mundo, aos 18 anos de idade, ele vem sacudindo o mundo do esqui, muitas vezes conservador e sério, com sua personalidade diferente, suas unhas pintadas, seu talento para a moda extravagante, sua franqueza e vulnerabilidade ao lidar com contratempos. Mas isso não o tornou menos sério ou ambicioso em relação ao esqui. Ele ganhou sua primeira Copa do Mundo aos 20 anos de idade e o Globo de Cristal no slalom há um ano.

Há quase cinco meses, Braathen anunciou sua aposentadoria um dia antes do início da temporada em Sölden, completamente do nada e em lágrimas.

Como outros esquiadores noruegueses antes dele, como Henrik Kristoffersen, ele havia se desentendido com a Federação Norueguesa de Esqui (NSF). O ponto de discórdia era principalmente a regulamentação rigorosa em relação ao marketing.

Ao contrário da Suíça, por exemplo, os atletas noruegueses não têm permissão para negociar um contrato com seu próprio patrocinador principal. Isso significa que o potencial de ganho individual é muito menor do que em outros países.

Por outro lado, o dinheiro permite que a federação tenha um sistema de apoio que possibilitou que o país produzisse um número excepcionalmente grande de atletas de classe mundial em relação ao seu tamanho.

O gatilho para Braathen foi um comercial que ele fez para uma empresa de moda. Braathen foi multado por isso.

Na Noruega, o espírito de equipe é fundamental; sair da linha não é apreciado. Para Braathen, esse não era um ambiente em que ele pudesse aproveitar todo o seu potencial, embora se desse muito bem com seus companheiros de equipe.

Depois de sua retirada, Braathen comprou uma passagem só de ida para o Brasil e tirou um tempo em Ilhabelha, perto de São Paulo. Quanto mais tempo passava lá, mais se debatia com um pensamento: o de que não acordaria mais todas as manhãs com a possibilidade de se tornar o melhor do mundo. Em janeiro, ele procurou seus antigos parceiros, que prometeram apoiá-lo se ele quisesse voltar.

Em seguida, entrou em contato com a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN). Há vários pré-requisitos para uma mudança de nação durante uma carreira: o relacionamento com o novo país de origem, por exemplo, embora Braathen cumpra essa condição sem problemas graças à sua mãe brasileira. Além disso, a Federação Norueguesa de Esqui teve que concordar com a mudança – caso contrário, Braathen teria perdido seus pontos FIS e teria que lutar para voltar à Copa do Mundo. No entanto, a NSF concordou rapidamente.

Braathen agora vive na Áustria. No inverno passado, ele fez parte da equipe de desenvolvimento da Atomic, sua antiga fornecedora de esquis. Os três blocos para testes de esqui na neve foram seus únicos dias de esqui desde que se aposentou.

Fonte: NZZLink externo, 07.03.24 (em alemão)

Eleições em Portugal: a ascenção da extrema-direita

Os veículos de mídia da Suíça têm acompanhado de perto as eleições portuguesas, que acontecem neste domingo, dia 10, destacando o avanço esperado do partido Chega, de extrema-direita, e refletindo sobre o por quê.

“Um antigo consenso básico sobre imigração está sendo abalado em uma campanha eleitoral polarizada. Após esta eleição, nada no país poderá voltar a ser como antes”, diz o colunista Thomas Fischer do jornal eletrônico Journal21.ch.

Já o diário conservador de Zurique NZZ analisa as forças relativas de cada um dos partidos políticos e reflete pesquisas locais em que cada escândalo de corrupção, seja dos socialistas seja da oposição conservadora, rende cerca de 2% de aumento nas intenções de voto para o Chega.

Segundo o pesquisador de opinião pública Ricardo Reis, citado pelo NZZ (e que não é parente de fernando Pessoa), o vencedor das eleições, seja de direita ou de esquerda, só poderá formar um governo minoritário.

No entanto, em sua opinião, esse governo não conseguirá se manter por muito tempo. “Há o risco de derrota na próxima votação do orçamento, no mais tardar”, diz Reis. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa poderia então dissolver o parlamento. Os portugueses teriam então que ir às urnas novamente no final do ano.

Fonte: NZZLink externo, 07.03.24; Journal21.chLink externo, 06.03.24 (em alemão)

O desafio de regular a IA nas eleições brasileiras

O jornal popular 20Minutes destacou, em reportagem sob o título “O Brasil, assolado pela desinformação, enfrenta o desafio de regulamentar a IA”, a proibição do uso de ‘deepfakes’ nas campanhas eleitorais de outubro.

No Brasil, um país ultraconectado, onde a desinformação circula descontroladamente nas redes sociais, a inteligência artificial representa um desafio adicional para as autoridades, que estão tentando regulamentá-la no período que antecede as eleições municipais.

As maiores celebridades do Brasil, o jogador de futebol Neymar e a cantora Anitta, foram recentemente vítimas do deepfake, com suas imagens e vozes manipuladas sendo usadas em vídeos para promover um jogo de apostas on-line. E o mundo da política está longe de ser poupado neste país de 203 milhões de habitantes, que tem mais telefones celulares do que habitantes.

No final de 2023, a polícia federal identificou uma montagem de áudio que circulava nas redes sociais na qual o prefeito de Manaus (norte), a principal metrópole da Amazônia brasileira, parecia insultar professores. Outros casos semelhantes estão sendo investigados nos estados do Rio Grande do Sul (sul) e Sergipe (nordeste).

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu tomar providências: na semana passada, o uso do deepfake foi formalmente proibido para a campanha eleitoral municipal de outubro. Qualquer outro uso de inteligência artificial para fins eleitorais deve ser acompanhado de uma declaração que seja claramente identificável pelo público.

A ONG Center for Countering Digital Hate (CCHR) alertou na quarta-feira sobre os riscos das ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa para a democracia, depois de realizar testes que mostraram como é fácil criar imagens falsas dos principais candidatos à presidência dos EUA.

Fonte: 20MinutesLink externo, 08.03.24 (em francês)

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Publicaremos nossa próxima revista da imprensa suíça em 8 de março. Enquanto isso, tenha um bom fim de semana e boa leitura!

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