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Governo suíço investiga empresa de criptografia do país ligada à CIA

O Ministério Público suíço abriu um inquérito sobre um caso de espionagem de décadas que envolve a empresa suíça Crypto, após reportagens da emissora pública suíça SRF, da alemã ZDF e do Washington Post.

Este conteúdo foi publicado em 11. fevereiro 2020 - 14:59
Keystone / Urs Flueeler

O Conselho Federal (governo) confirmou na terça-feira (11) que está investigando os relatos de que a Crypto, uma empresa de criptografia de comunicações baseada em Zug, pertenceu secretamente à CIA e ao serviço secreto da Alemanha Ocidental durante décadas.

Os serviços de inteligência estrangeiros adquiriram a empresa suíça em conjunto em 1971 através de uma fundação de fachada registrada no Liechtenstein, de acordo com 280 páginas de documentos, relatados na Suíça pela emissora pública SRFLink externo.

Nas décadas seguintes, os serviços de inteligência ouviram e leram centenas de milhares de mensagens entre governos, embaixadas e comandos militares em todo o mundo.

A espionagem teria continuado até pelo menos 2018 e mais de 100 países em todo o mundo foram espionados.

A Crypto supostamente tinha dois tipos de produtos de criptografia: um totalmente seguro e o outro não seguro. A Suíça foi um dos poucos países a receber a versão segura.

Envolvimento suíço

O programa de notícias Rundschau da SRF também informa que o Ministério da Defesa informou o governo pela primeira vez sobre o caso em novembro do ano passado. O governo abriu uma investigação oficial após sua reunião em 15 de janeiro.

Como resultado da investigação, o Ministério da Economia também confirmou que a licença geral de exportação dos dispositivos da Crypto havia sido suspensa "até que as questões em aberto fossem esclarecidas".

O Washington Post, que publicou seu artigo investigativo na terça-feira (11), chamou a operação de "golpe de inteligência do século" e um dos "segredos mais bem guardados da Guerra Fria".

Em 2015, uma reportagem da BBC já havia revelado que a Crypto trabalhava com a Agência de Segurança Nacional dos EUA, a NSA, e os serviços de inteligência britânicos durante a Guerra Fria.

E em 2000, um relatório apresentado em comissão do Parlamento Europeu denunciava o uso pelos americanos e britânicos de uma rede planetária de informação, comandada pelos EUA, para espionagem econômica e militar. A empresa suíça contribuindo para eficácia dessa rede.


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