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Suíça contra mais direito a veto

Peter Maurer (esq) acompanha a ministra Micheline Calmy-Rey (dir) no caminho para a ONU em 22 de setembro. Keystone

Suíça apóia ampliação do Conselho de Segurança da ONU, mas é contra a criação de novos assentos com direito a veto, como comunica o embaixador Peter Maurer no discurso realizado na Assembléia Geral.

Posição contraria a vontade do Japão, Alemanha, Brasil e Índia, que aspiram se tornar membros permanentes.

O debate sobre a ampliação do número de assentos para membros permanentes e não-permanentes se inflama na comunidade internacional.

Para a Suíça, que apenas há pouco mais de dois anos é membro da ONU , nada mais importante do que ressaltar sua posição em relação ao tema: – “Se meu país é favorável à ampliação do Conselho de Segurança, por outro lado nos opomos à criação de novos assentos dotados do direito a veto”, afirma o embaixador Peter Maurer, em discurso realizado na Assembléia Geral na última terça-feira (11 de outubro).

“Somos contra, pois o uso atual do direito de veto não é democrático e pois as mudanças nesse sentido afetariam a capacidade de ação do Conselho de Segurança”, completa o diplomata, representante permanente da Suíça na ONU.

A posição foi tomada para esclarecer as incertezas lançadas nas últimas declarações do ministro da Economia suíço e atual presidente da Confederação Helvética Joseph Deiss, durante seu encontro com o chanceler Gerhard Schröder em 24 de setembro. Nessa ocasião, Deiss havia reiterado o apoio do governo suíço às aspirações alemãs de obter um assento de membro-permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Países em desenvolvimento

Como ressalta o embaixador suíço no seu discurso em Nova Iorque, “é necessário dar mais espaço aos países em desenvolvimento, onde vive a maior parte da humanidade”. A Suíça não é contrária às pretensões de países como o Japão, Alemanha, Brasil ou Índia, mas prefere “reformas menos espetaculares, porém importantes para o funcionamento do Conselho de Segurança”.

Na posição oficial, o governo suíço considera importante ser mais comedido com o uso do direito de veto. “Todo abuso desse direito afeta a credibilidade da ONU e reforça o sentimento, já arraigado em algumas regiões do mundo, de que existem nesse órgão dois pesos e duas medidas”, explica o embaixador.

Para a Suíça, a “Assembléia Geral deve recuperar seu papel central no funcionamento da ONU e Conselho de Segurança ser um legislador impondo, sem distinções, as novas obrigações aos Estados-membros”.

Em setembro, o Japão, Alemanha, Brasil e a Índia criaram o grupo do G-4 para se apoiar mutuamente na aspiração de ingressar no Conselho de Segurança como membro permanente.

O tema é polêmico. Enquanto a Inglaterra afirma seu apoio aos quatro, a Itália não esconde suas reticências em relação à Alemanha.

swissinfo, Alexander Thoele

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