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Cônsul honorário presta suporte a suíços no sul do Marrocos

Mulheres em Marraquexe
Mulheres caminham sob os raios de sol que iluminam a antiga Medina, onde os lojistas aguardam os turistas, em Marraquexe, Marrocos, sábado, 11 de dezembro de 2021. Copyright 2021 The Associated Press. All Rights Reserved.

Em Marrakech, o suíço Max Rosari atua como cônsul honorário oferecendo ajuda a compatriotas em dificuldades, muitas vezes além das exigências oficiais do cargo. Voluntário, ele concilia sua função consular com a carreira de empreendedor na área de tecnologia.

“Às vezes, suíços completamente desprovidos de recursos aparecem no meu escritório, com suas malas, pedindo ajuda.”

Há mais de três anos exercendo a função de cônsul honorário em Marrakesh, Max Rosari já teve de prestar assistência a cidadã e cidadãos suíços em grande necessidade em algumas ocasiões.

“Normalmente, não temos o direito de ajudá-los financeiramente, mas às vezes abrimos exceções à regra”, explica o bernês de origem italiana, de 61 anos. “Penso sempre que, se essa pessoa fizesse parte da minha família, eu gostaria que alguém a ajudasse.”

Quando surgem casos assim, o papel de um cônsul honorário é assegurar um trabalho de coordenação com a embaixada. “Depois, é ela quem assume o controle da situação, e nós apenas executamos”, esclarece.

Serviço de informações

Um homem de terno e gravata ao lado da bandeira suíça.
Max Rosari courtoisie

Do ponto de vista oficial, um cônsul honorário deve exercer uma função de representação, “promovendo as relações entre a Suíça e o país anfitrião e contribuindo para reforçar a presença suíça no local”, segundo o Ministério suíço das Relações Exteriores (EDALink externo, na sigla em alemão). O cargo também implica manter contato com a comunidade suíça residente no exterior.

Na prática, isso se traduz, para Max Rosari, em contatos regulares com as autoridades locais – o que também lhe abre portas no plano profissional – e em discursos, sobretudo em cerimônias comemorativas.

Ele afirma, contudo, que em 90% do tempo, sua função consiste em fornecer informações a cidadã e cidadãos suíços, mas também a marroquinos que procuram seu escritório.

A maioria das pessoas dirige-se a ele para pedidos de vistos, às vezes várias vezes por dia. “No entanto, não posso fornecê-los, já que essa é uma atribuição da embaixada em Rabat”, explica.

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Trabalho voluntário

Essas interrupções frequentes são às vezes cansativas, pois o escritório do cônsul honorário é também o local de trabalho de Max Rosari, que é empresário e desenvolvedor de software. Ele administra suas empresas e cria programas para sistemas de televisão de hotéis e hospitais, paralelamente à função de cônsul honorário – cargo não remunerado.

No entanto, ele recebe uma compensação anual de 6.500 francos suíços, a fim de cobrir diversas despesas de representação.

Em média, suas atividades como cônsul honorário ocupam algumas horas por semana, com exceções ocasionais: “Há pouco tempo, o problema jurídico de um cidadão suíço me ocupou três dias inteiros. Mas é exatamente nessas situações que somos realmente úteis”, diz.

Gostar de servir

O suíço aprecia especialmente poder ajudar os suíços de Marrakesh. Segundo ele, cerca de 70% dos helvéticos da região são aposentados. Por isso, ele lida com frequência com questões de renovação de passaportes e, às vezes, com casos de falecimento.

Segundo Max Rosari, muitas dessas pessoas não residem oficialmente no Marrocos, mas viajam regularmente entre os dois países. “Esses suíços também precisam de nossos serviços”, observa.

Oficialmente, 1.599 cidadãos suíços viviam no Marrocos no fim de 2024. Além da embaixada em Rabat e de Max Rosari em Marrakesh, outros três cônsules honorários representam a Confederação no país, em Essaouira, Tânger e Casablanca.

Processo de recrutamento exigente

O suíço exerce a função há quase três anos. Embora aprecie o cargo, Max Rosari não havia inicialmente planejado ocupá-lo:
“Eu fazia parte do círculo suíço de Marrakesh, e o presidente achou que eu tinha o perfil ideal. Então, decidi me candidatar.”

Após um processo de seleção que ele descreve como intenso, notadamente porque ocorreu durante a pandemia de Covid-19, ele assumiu suas funções em abril de 2022.

Seu primeiro mandato termina em abril de 2026. Ele gostaria de continuar por um segundo, “mas isso dependerá de Berna”.

>> Qual é o papel dos cônsules honorários? Como alguém se torna um? E quantos existem ao redor do mundo?

Edição: Pauline Turuban

Adaptação: Karleno Bocarro

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