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Número de suíços que vivem no exterior continua a aumentar

Casal idoso sentado em um banco
O número de suíços aposentados que vivem no exterior aumentou em 3,9% entre 2022 e 2023, de acordo com os últimos dados do Departamento Federal de Estatística. KEYSTONE/Ulrich Baumgarten/Süddeutsche Zeitung Photo

A população suíça no exterior continua aumentando. No final de 2023, 813.400 cidadãs e cidadãos suíços viviam fora do país, 1,7% a mais do que no ano anterior. Para Ariane Rustichelli, diretora da Organização dos Suíços no Exterior, esses números são reflexo da nossa sociedade cada vez mais móvel.

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Cada vez mais suíços estão vivendo no exterior. Em 2023, a diáspora aumentou 1,7% em relação ao ano anterior, com 813.400 cidadãos suíços vivendo fora do país, de acordo com os dados divulgados recentemente pelo Departamento Federal de Estatística (OFS). Esse crescimento supera o registrado no ano anterior (1,5%).

Os fluxos migratórios não explicam completamente esse aumento. As crianças nascidas de cidadãos suíços que vivem no exterior e as aquisições de nacionalidade suíça também são fatores que contribuem para o crescimento do número de expatriados, observa o OFS.

“Esse crescimento é reflexo de uma sociedade onde a mobilidade está aumentando. Ele também reflete o crescimento da população suíça, que está cada vez maior” comenta Ariane Rustichelli, diretora da Organização dos Suíços no Exterior (OSE).

Gráfico
Kai Reusser / swissinfo.ch

França como destino preferido

As estatísticas do OFS também mostram qual é o destino preferido pelos suíços. Quase dois terços dos suíços expatriados moram na Europa. “Esse quadro mostra a realidade dos emigrantes suíços, que vão principalmente para os países vizinhos”, explica Rustichelli.

A maior comunidade suíça no exterior se encontra na França e reúne mais de um quarto dos expatriados suíços. Ela é seguida pelas comunidades suíças na Alemanha, Itália, Reino Unido e Espanha.

É interessante notar o caso de Portugal. Embora o país conte com relativamente poucos expatriados e expatriadas suíças (6.900), esse número aumentou 13,9% em relação ao ano anterior. É o maior aumento dentro da Europa.

A Ásia é mais atrativa

Também há muitos suíços que escolhem residir em países mais distantes. Cerca de 292.700 cidadãs e cidadãos suíços vivem em outros continentes: 16% na América do Norte, 7% na América Latina e no Caribe, 7% na Ásia, 4% na Oceania e 1% na África.

A quantidade de suíços aumentou em todos os continentes, com exceção da África. Mas foi na Ásia que a diáspora suíça mais cresceu (3,1%). Nesse continente, a maior comunidade suíça se encontra em Israel. Ela é composta em grande parte por crianças, com 46% dos cidadãos suíços nesse país tendo menos de 18 anos. Depois, temos a Tailândia e as Filipinas.

Ariane Rustichelli distingue dois tipos de expatriados suíços na Ásia: “Há os aposentados, que vão principalmente para a Tailândia, mas há também uma grande migração econômica que se concentra nos principais centros urbanos, como Singapura e Hong Kong”.

Cada vez mais idosos no exterior

Mais da metade dos suíços residentes no exterior têm entre 18 e 65 anos e está, portanto, em idade ativa. Apesar disso, a faixa etária que mais cresceu no exterior (3,9%) foi a de maiores de 65 anos, como já havia sido o caso em 2022. Os suíços que escolhem passar a aposentadoria no exterior vão principalmente para a Tailândia, Portugal, Espanha e África do Sul.

No ano passado, o número de aposentados suíços cresceu particularmente em Portugal (+15,6%) e na Tailândia (8,2%). Para Rustichelli, a política fiscal de Portugal, onde os imigrantes são isentos de impostos durante os dez primeiros anos de residência, explica parcialmente esse aumento. “Quanto à Tailândia, ela é um país especializado no acolhimento de aposentados ocidentais, com casas de repouso luxuosas a preços acessíveis”, destaca a diretora da OSE.

Uma campanha prejudicial

De modo geral, o aumento do número de pessoas idosas na comunidade de suíços no exterior, conhecida como Quinta Suíça, é motivo de preocupação para a OSE. “Embora parte dessa tendência se deva ao envelhecimento geral da população, a emigração também desempenha um papel importante”, escreve a organização em um comunicado de imprensaLink externo.

A OSE estima que esse fenômeno se deve ao risco cada vez maior de pobreza que os idosos enfrentam na Suíça. Segundo um estudo do projeto de pesquisa “nccr – on the move”, as pessoas idosas citam com mais frequência o alto custo de vida na Suíça e o desejo de manter ou melhorar sua qualidade de vida como motivos da emigração.

“Essa é uma realidade política e social que a Suíça precisa levar a sério”, avalia Arianne Rustichelli. Ela garante que a imagem de aposentados suíços que vivem luxuosamente no exterior não corresponde à realidade.

A diretora da OSE lamenta a campanha particularmente agressiva feita contra a Quinta Suíça no contexto da votação popular sobre o 13º salário para aposentados. A campanha retratou os membros da Quinta Suíça como “aproveitadores”. “A comunidade de suíços no exterior foi prejudicada por essas críticas injustas”, lamenta Rustichelli.

(Adaptação: Clarice Dominguez)

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