Chile retornará com a quarentena após explosão em casos de Covid-19
A região Metropolitana do Chile, a mais populosa do país, retornará com a quarentena nos finais de semana a partir de quinta-feira, devido ao aumento de 18% dos novos casos de coronavírus, que tem atingido o país com mais de 15.600 mortos desde o inicio da pandemia.
“Há um aumento de 18% [na última semana] na região Metropolitana. Como medida preventiva e com o objetivo de poder rapidamente deter o aumento de contágios, será adotada essa decisão em toda a região, apesar da fase 2, a partir da quinta-feira, de 10h até as 5h da manhã”, anunciou nesta segunda-feira (7) a vice-secretária de governo, Katherine Martorell, ao anunciar a quarentena para os finais de semana na capital deste país de 18 milhões de habitantes.
Esta medida preventiva é tomada depois que a região Metropolitana teve três dias registrando mais de 400 casos diários.
“Apoiamos profundamente esta medida que é adequada diante do aumento de casos que pode desencadear uma nova onda muito forte”, declarou à rádio Cooperativa Darwin Acuña, vice-presidente da Sociedade de Medicina Intensiva do Chile.
Em todo o país, o balanço desta segunda-feira registrou 1.760 novos casos e 35 mortes nas últimas 24 horas, se somando a outros 563.142 contágios e 15.663 mortes já registradas desde 3 de março, quando foi confirmado o primeiro caso da doença no Chile, que em junho figurou entre os quatro países com maior número de contágios no mundo.
“Entendemos que isto é um esforço que deve ser realizado na região Metropolitana para evitar o aumento dos contágios e sobretudo evitar que voltemos atrás em nosso plano”, enfatizou a vice-secretária em declaração feita durante uma coletiva de imprensa junto do ministro da Saúde, Enrique Paris.
Os habitantes da região metropolitana deverão voltar a pedir salvo-conduto para se deslocar durante os finais de semana, e serão mantidas as permissões especiais para viajar dentro do país.
A medida é um duro golpe no comércio, já que os centros comerciais continuarão fechados aos sábados e domingos, apesar de estarem em plena temporada de vendas de natal.
“É um duro golpe para o comércio que vinha se reerguendo. O impacto econômico desta medida é desastroso e incalculável”, criticou Carlos Soublette, gerente da Câmara de Comércio de Santiago (CCS).
As ações da Bolsa de Santiago, particularmente as referentes ao comércio, tiveram uma forte queda depois do anúncio do governo sobre este recuo.
As aulas presenciais poderão ser mantidas nos poucos colégios que tinham conseguido retomar as atividades no último trecho do ciclo escolar no hemisfério sul. Em vários países da América do Sul, como Chile, Peru e Bolívia, os estudantes não tiveram aulas presenciais este ano porque a pandemia coincidiu com o início do ano letivo em março, que termina em dezembro, no início do verão.