Johann Hauser (1926-1996): sem título, entre 1958 e 1978, lápis de cera sobre papel
Hauser nunca aprendeu a ler ou escrever, inventando seu próprio sistema gráfico e se inspirando de recortes de jornais, de estrelas de cinema, de veículos e máquinas de guerra.
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Auguste Forestier (1887-1958): sem título, entre 1935 e 1949, madeira e outros materiais
Forestier foi internado em um hospital psiquiátrico após descarrilar um trem. Montou seu próprio ateliê em um corredor, onde esculpia objetos a partir de materiais reciclados.
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Willem Van Genk (1927-2005): Estação de Metro, 1970, colagem e pintura em madeira
Van Genk era um deficiente mental que havia viajado muito antes de acabar em um asilo. Começou a produzir recortes e colagens complexas.
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Josef Bachler (1914-1979): Auto 1, 1972, grafite e lápis de cor sobre papel
Bachler foi enviado ao campo de concentração de Dachau em 1938, mas sobreviveu. Seus desenhos datam de sua internação, mais tarde, contra o alcoolismo. Um médico disse que sua atenção minuciosa era uma forma de firmar suas explosões violentas.
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Hidenori Motooka (1978-): Trens 3, 1995, grafite e lápis de cor sobre papel
Motooka desenvolveu um fascínio por trens muito cedo. Sua ambição em juntá-los todos no mesmo quadro o obrigou a desenhá-los um colado a outro.
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Francis Mayor (1904-1995): Em memória do 'Major Davel', 1990, pintura e colagem sobre papel
Nascido de uma mãe solteira que tentou se livrar dele, Mayor viveu sua vida adulta no mar e, em seguida, trabalhando no Lago de Genebra. Mais tarde, isso influenciou os principais temas de suas colagens.
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Guillaume Pujolle (1893-1951): Sem título, rabalho feito de madeira e materiais recuperados, entre 1949 e 1950
Pujolle foi internado em um hospital psiquiátrico aos 33 anos, onde sete anos depois, começou a pintar com guache e materiais medicinais, como iodo. Criou esculturas surpreendentes a partir de materiais reciclados e madeira.
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Curzio Di Giovanni (1957-): Unnaa Posc Rossa Scurra Rossa Rossa Svossvagherrrrrrrrrrrrr, 2002, grafite e lápis de cor sobre papel
Di Giovanni foi internado em um hospital perto de Pavia em 1979, mas só começou a trabalhar em seu vasto acervo de peças gráficas distorcidas em 2001.
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George Widener (1962-): Weekend Cruiser, 2005, tinta sobre papel
Widener sofre de uma forma específica de autismo que se caracteriza por um grande capacidade intelectual, principalmente com a aritmética mental.
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Erich Zablatnik (1942-1995): sem título, 1989, canetas de feltro, lápis de cor e verniz sobre papelão
Zablatnik começou a produzir suas pinturas de sonhos utópicos e futuristas depois de ser acolhido por um albergue Caritas, após a morte acidental de sua esposa e filho e sua tentativa de acabar com a própria vida.
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Fausto Badari (1962-): sem título, 2011, lápis de cera sobre papel
Badari foi internado diversas vezes. Começou a desenhar veículos em 2010 e nunca desenhou outra coisa desde então.
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Franz Kernbeis (1935-): sem título, 1990, lápis de cor sobre papel
Kernbeis começou a desenhar aos 44 anos ao ser internado na ala artística de um hospital psiquiátrico. Desde então, isso tem ajudado a melhorar sua condição de mutismo e imobilismo.
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David Braillon (1970-): TGV track South-East, 2000, canetas esferográficas e lápis de cor sobre papel
Braillon cresceu em uma família de ferroviários. Não podendo trabalhar nesse meio, passou a exercer seu fascínio por trens desenhando uma espécie de catálogo.
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O “Collection de l’Art Brut”, em Lausanne, o primeiro museu dedicado à arte marginal, lançou uma bienal sobre temas recorrentes nas obsessões de artistas reclusos. Ele inicia o ciclo com 200 objetos de sua própria coleção de 63 mil peças.
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Sou responsável da distribuição e dos canais de mídia social da redação de língua portuguesa, produzo reportagens e conteúdo multimídia, além de adaptações em português.
Suíço-brasileiro formado em jornalismo e comunicação social pela Universidade de Friburgo, Suíça. Ex-colaborador da antiga Rádio Suíça Internacional (RSI), que deu origem à SWI swissinfo.ch.
“Museus e galerias dedicados à arte bruta estão surgindo em toda parte”, diz a diretora Sarah Lombardi. “É nosso dever continuar sendo um ponto de referência internacional, reafirmando a identidade do museu e apresentando as obras cuidadosamente montadas de nosso enorme acervo.”
Criado em 1976 por Jean Dubuffet, que cunhou o termo e começou a coleção com a doação de 5 mil obras, a famosa “Collection de l’ Art Brut” de Lausanne enfrenta um crescente apetite do mercado pela produção criativa de indivíduos que nunca quiseram se tornar parte do mundo da arte.
O termo se refere a estes indivíduos não como artistas, mas como autores, a fim de entender melhor o seu reconhecimento acidental e se manter fiel à intenção original de Dubuffet.
A mostra apresenta uma variedade de pinturas, desenhos, instalações e esculturas relacionadas com qualquer coisa que permita a locomoção por ar, água ou terra. Vindo de indivíduos presos no interior de suas mentes e que raramente se moviam, o tema é pertinente, poderoso e jovial.
(Texto de Michèle Laird e adaptação de Fernando Hirschy, swissinfo.ch)
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Arte Bruta é arrebatada por frenesi do mercado
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“Antes de tudo, a arte bruta não é um movimento artístico, com um começo e um fim”, explica Sarah Lombardi, diretora do museu Collection de l’Art Brut, o primeiro de seu tipo e o maior do mundo. O museu de Lausanne foi criado em 1976 com base na coleção do pintor francês Jean Dubuffet, que…
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