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ELN e governo da Colômbia encerram rodada de negociação sem cessar-fogo

Os comandantes guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia Aureliano Carbonell (E) e Pablo Beltran (2º-E) se reúnem com a delegação do governo colombiano Danilo Rueda (C), Otty Patino (2º-D) e Ivan Cepeda (D) em Caracas, 12 de dezembro de 2022. afp_tickers

O governo da Colômbia e a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) encerraram, nesta segunda-feira (12), em Caracas, na Venezuela, a primeira rodada de negociações de paz, com anúncios de libertação de reféns e ações humanitárias, mas sem um cessar-fogo.

Em um comunicado conjunto, as duas partes informaram que “encerram de forma exitosa o primeiro ciclo dos diálogos de paz”, que agora seguirá no México em uma data ainda a definir.

“A mesa retoma o processo abandonado em agosto de 2018 e ratifica sua decisão de construir sobre o construído”, acrescentou o texto.

Os acordos alcançados na Venezuela passam pela retomada da agenda acordada em 2016, quando foi iniciado o processo de negociação, e adaptada ao “novo contexto”, assim como pela “institucionalização” da mesa com uma normativa aprovada pelas partes.

Mesmo assim, contemplam “ações e dinâmicas humanitárias” em regiões afetadas pelo conflito.

“As partes reconhecem a grave situação de violência que ocorre nos territórios e decidiram implementar um acordo parcial para atendimento de emergência que começará em janeiro de 2023 em Bajo Calima, Valle del Cauca e Medio San Juan, detalhou a nota.

Também foi negociada uma “atenção de emergência humanitária a um grupo de presos políticos do Exército de Libertação Nacional”.

O comunicado destacou que “desde o último 7 de agosto até esta data, em uma clara manifestação de seu compromisso com a paz na Colômbia, o ELN libertou 20 pessoas, entre civis e membros da força pública”.

Um cessar-fogo “não foi abordado”, disse Pablo Beltrán, chefe da delegação da guerrilha. “Esperamos que isso seja um tema que abordaremos em um próximo ciclo”, completou.

Gustavo Petro, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia e um ex-guerrilheiro, retomou contatos com o ELN ao assumir o poder em 7 de agosto. As negociações foram suspensas em 2019 por seu antecessor, Iván Duque (2018-2022), após um ataque contra uma academia policial que deixou 22 mortos, além do agressor.

O ELN é a última guerrilha reconhecida na Colômbia. Fundada em 1964 por sindicalistas e estudantes simpatizantes de Ernesto “Che” Guevara e da Revolução Cubana, manteve negociações que não resultaram em nada com os últimos cinco presidentes do país.

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