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Guaidó defende seu ‘governo encarregado’ até as presidenciais de 2024 na Venezuela

O líder opositor Juan Guaidó, durante prestação de contas em 16 de setembro de 2022, em Caracas afp_tickers

O dirigente opositor Juan Guaidó defendeu nesta sexta-feira (16) o “governo encarregado” da Venezuela, reconhecido pelos Estados Unidos e outros países diante de questionamentos ao presidente Nicolás Maduro, até a realização de eleições presidenciais no país, em 2024.

“Não pode haver dúvida da pertinência e necessidade constitucional, republicana, da continuação do governo encarregado até haver eleição livre e justa. Todas as demais interpretações atentariam contra a República”, disse Guaidó durante coletiva de imprensa.

Guaidó se proclamou “presidente encarregado” da Venezuela em janeiro de 2019, após não reconhecer a reeleição de Maduro um ano antes, qualificando-a de “fraude”, quando era líder do Parlamento, que em seguida passou a ser controlado pela situação.

De fato, o chavismo recuperou a Assembleia Nacional depois que os principais partidos da oposição se marginalizaram das eleições legislativas de dezembro de 2020, mas Guaidó tampouco reconhece esse congresso e defende a continuidade do anterior.

“Vamos defender a democracia e também este governo encarregado porque não é um capricho de Juan Guaidó, não é um capricho do Parlamento eleito em 2015, é um dever constitucional”, insistiu.

O amplo apoio popular e internacional com o qual Guaidó contou há mais de três anos diminuiu. Os Estados Unidos continuam sendo seu principal aliado, mas perdeu pelo caminho o apoio de países como Argentina, México, Peru e, mais recentemente, a Colômbia, com a chegada do esquerdista Gustavo Petro à Presidência.

Maduro, apesar da ofensiva opositora, sempre manteve o controle do poder.

A figura de Guaidó criou, inclusive, enormes fissuras dentro da oposição, que aglutinada à força em uma nova plataforma convocou primárias em 2023 para eleger um candidato único que enfrente muito provavelmente Maduro nas eleições do ano seguinte.

Guaidó convocou a “luta por consolidar uma unidade que não possa ser derrotada”.

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