Uma viagem revolucionária de trem através de uma Europa em guerra

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9 de abril de 1917: Lenin e seus camaradas partem da estação central de Zurique. Um grupo de russos amontoou-se na plataforma para vaiar os passageiros, revoltados pelo fato de terem negociado com os inimigos alemães para assegurar seu trânsito rumo norte. Em 2017, os grupos teatrais Thorgevsky e Wiener Ensemble reencenaram a ocasião. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

Os revolucionários viajando para a Rússia não queriam dar a impressão de estarem cooperando com os alemães, por isso insistiram que os vagões fossem declarados como "extra-territoriais". Na foto, a estação central de Zurique (Zürich Hauptbahnhof) hoje em dia, vista de dentro de um vagão. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

O antigo quartel-general do exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial, em Berlim. Os alemães esperavam que a presença de Lenin na Rússia iria contribuir ainda mais para o caos e instabilidade que enfraqueciam o país na época. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

O caminho entre Strahlsund e Sassnitz, Alemanha. Lenin ocupava um compartimento no fundo do vagão com suas mulher. Durante os oito dias de viagem, ele anotou suas visões em um caderno, elaborando os assuntos que pretendia propagar assim que chegasse à Rússia. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

O memorial a Lenin na cidade portuária de Sassnitz, Alemanha. Aqui o grupo deixou o trem para embarcar na balsa que os levaria até a Suécia. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

A balsa de Trellborg (mar Báltico) que liga a Alemanha à Suécia. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

Estação ferroviária de Malmö, Suécia. Os revolucionários, novamente em terra firme, seguiram direção norte rumo a Estocolmo. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

Lenin encontrou-se com amigos socialistas locais em uma parada em Estocolmo, Suécia, antes de continuar viagem para o extremo norte do país. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

O caminho de Estocolmo até Lulea, Suécia. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

O rio Torne congelado, na fronteira entre a Suécia e a Finlândia - na foto, a vista para a cidade de Tornio, na Finlândia. Neste ponto, Lenin e seus camaradas já estavam ansiosos para re-entrar em território russo. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

Tornio, na fronteira entre a Suécia e a Finlândia. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

Lenin fez uma rápida parada em Tampere, FinlândiaOperário de Tampere, onde Lenin e Stalin encontraram-se pela primeira vez em 1905. Hoje em dia, o museu dedica-se a discutir o "passado comum da Finlândia e da União Soviética". ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

Lenin e seus companheiros de viagem finalmente chegaram à estação Finlândia em São Petersburgo, Rússia, em 16 de abril de 1917. Lá ele discursou para centenas de trabalhadores, soldados e marinheiros, e logo tratou de tomar as rédeas de uma revolução que começara sem ele. ©Thomas Dworzak / Magnum Photos

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Uma jornada histórica de trem, realizada há 100 anos: em 1917, Lenin viajou em um "vagão lacrado" de Zurique a Petrogrado (atual São Petersburgo) na Rússia. Um século depois, reveja a rota que o revolucionário tomou, em imagens.

Vladimir Ilyich Ulyanov (Lenin era seu pseudônimo) e sua esposa, Nadeshda Krupskaja, chegaram a Berna em 1914, com um pedido de exílio político. Lenin já havia morado em Genebra. O casal ficou em Berna até fevereiro de 1916, quando se mudaram para a Spiegelgasse 14, no bairro antigo de Zurique, lá permanecendo por pouco mais de um ano.

As razões por trás da mudança eram políticas: Lenin sonhava com um levante armado e tentava reunir apoiadores que pudessem divulgar sua mensagem e ajudá-lo a construir um movimento marxista internacional. Os social-democratas de Zurique eram mais radicais que os seus homólogos berneses. Em Zurique, Lenin participava das reuniões do Partido Social Democrata, tentando recrutar seguidores e terminar de escrever seu livro, “Imperialismo, fase superior do capitalismo”.

Depois de ouvir as notícias da “Revolução de fevereiro”, em abril de 1917, ele voltou para a Rússia, com o objetivo de estabelecer a “ditadura do proletariado”, onde a classe trabalhadora tomaria o controle do poder político. Sua rota pela Alemanha foi organizada pelo governo alemão. Embora a Alemanha estivesse em guerra com a Rússia, eles concordaram com sua viagem, vendo no retorno de Lênin uma oportunidade para desestabilizar o país.

Lenin foi acompanhado por um grupo de pouco mais de 30 companheiros revolucionários, principalmente russos, mas também um polonês e um suiço. A viagem de trem e balsa atravessou metade da Europa.

swissinfo.ch

Essa galeria de imagens mostra a rota de Lenin por meio de fotografias realizadas durante uma reconstituição de sua viagem em abril de 2017.

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