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Parlamento veta reforma da cidadania

Swiss passport held by person
Ao contrário de outros países como o Brasil, a Suíça não concede a cidadania para crianças que nascem em solo suíço. © Keystone/Gaetan Bally

Os planos para introduzir a cidadania por nascença na Suíça sofreram um revés no Parlamento.

O Senado rejeitou claramente uma proposta da esquerda para mudar a atual regulamentação sobre cidadania que é determinada pela nacionalidade de um dos dois pais.

Paul Rechsteiner, senador de St Gallen, argumentou que era a hora certa para uma reforma na Suíça, um país apegado à sua democracia participativa e promotor dos direitos humanos.

Ele disse que as pessoas nascidas e crescidas neste país mereciam ser reconhecidas como membros de pleno direito da sociedade. Segundo ele, atualmente mais de 25% dos residentes não podem participar de votações e eleições.

Para Rechsteiner, o sistema atual é ultrapassado e injusto.

Tradição

Entretanto, uma maioria no Senado considerou que a reforma proposta era uma rejeição radical à tradição suíça que levaria a abusos.

Durante o debate na terça-feira, a Ministra da Justiça Karin Keller-Sutter disse que o governo não poderia mais controlar suficientemente a imigração, se a proposta de cidadania para estrangeiros nascidos em solo suíço fosse aprovada.

Ela também descartou as críticas de que a regulamentação atual tornava quase impossível para os filhos de imigrantes a solicitação da cidadania suíça.

A decisão do Senado bloqueou a última tentativa de reforma em um estágio inicial. A Câmara dos Deputados não terá a oportunidade de considerar a proposta que, no final, teria sido submetida a uma votação nacional.

O Parlamento discutiu regularmente as reformas do princípio da cidadania nos últimos 40 anos e a questão também tem sido objeto de votações em todo o país.

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