Como fundadora e redatora-chefe do portal investigativo "Gotham City", a jornalista Marie Maurisse revela crimes do colarinho branco no país e exterior. Porém um número crescente de advogados e tribunais intervêm para impedir a publicação de um artigo, como explica em mais uma entrevista da série "Vozes Globais da Liberdade".
A Suíça não tem que se esconder nos rankings internacionais de liberdade de expressão e democracia. “Como cidadã, posso dizer o que quero sem medo de ser presa”, afirma Maurisse, uma francesa radicada há muitos anos no país. Como jornalista investigativa, ela chefia a equipe do portal Gotham City junto com seu colega François Pilet.
O portal fundado pelos dois, sediado em Pully, nas cercanias de Genebra, rapidamente se firmou como uma importante fonte de revelações sobre crimes do colarinho branco na Suíça.
Liberdade de imprensa
“Analisamos documentos judiciais disponíveis publicamente para investigar pessoas e organizações em todo o mundo suspeitos de realizar negócios ilegais através de instituições financeiras suíças”, explica Maurisse, que também a correspondente do jornal francês “Le Monde”.
O trabalho jornalístico de Maurisse e seus colegas não é apreciado por todos. “Muitas vezes advogados tentam coibir a publicação de nossos artigos através dos tribunais”, relata. “Infelizmente os juízes têm apoiados alguns desses processos, o que enfraquece nosso trabalho”.
A crescente pressão é um problema fundamental para a liberdade de imprensa na Suíça: “Temos que ter cuidado para não colocar em risco as conquistas importantes da nossa democracia”, enfatiza Maurisse ao mencionar um atual projeto de lei discutido no Parlamento suíço. Seu objetivo é facilitar o impedimento da publicação de artigos por pessoas que se sintam feridas nos seus direitos.
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