Ministra da Energia defende estratégia em meio a temores de cortes de energia

A Suíça depende da importação de gás natural. No entanto, grande parte de seu fornecimento de energia vem da energia hidrelétrica. Keystone / Jens Büttner

A ministra suíça da Energia, Simonetta Sommaruga, disse que uma gama de opções está sendo explorada para evitar cortes de energia neste inverno. Isto vem em meio às críticas de que o país não estabeleceu um plano eficaz de economia de energia.

“A Suíça está fazendo tudo para evitar uma escassez. Mas não esqueçamos que há guerra na Europa. Não há certezas”, disse Sommaruga em uma entrevistaLink externo com Sonntagsblick. Ela acrescentou que adotar uma meta de 15% de economia de energia como a da União Européia “faria sentido”, mas que o Conselho Federal acabará tomando a decisão final.

Seus comentários vieram depois que o chefe da comissão de eletricidade foi criticadoLink externo por chamar o público para estocar velas e lenha antes do inverno. Alguns meios de comunicação e políticos tomaram isso como uma admissão de que a estratégia energética do governo não estava preparada para possíveis quedas de energia.

Sommaruga recuou dizendo que uma campanha de economia de energia será lançada nas próximas semanas.

Impulsionando o fornecimento de energia

Os meios de comunicação suíços também visavam algumas maneiras pelas quais o governo planeja aumentar o fornecimento de energia, incluindo o uso de usinas elétricas a gás e a óleo. O Departamento Federal de Meio Ambiente, Transporte, Energia e Comunicações confirmouLink externo ao Tages-Anzeiger que está “examinando o uso de usinas elétricas alimentadas a petróleo para emergências extremas”.

De acordo com o documento em língua alemã, isto provavelmente causará ainda mais controvérsia entre os grupos ambientais do que os anúncios anteriores de que o país poderia usar usinas elétricas alimentadas a gás como reserva a partir de 2025 no caso de emergências.

Entretanto, alguns políticos que apoiam fortes políticas de mudança climática disseram ao jornalLink externo que tudo deveria ser feito para evitar a escassez de energia, mas que a crise também deveria ser usada como uma oportunidade para impulsionar massivamente a expansão das energias renováveis.

Tensões diplomáticas

As tensões entre a Suíça e seus vizinhos europeus sobre o fornecimento de gás estão se instalando. Não existe um acordo de eletricidade entre a Suíça e a União Européia após o colapso das conversações sobre um acordo-quadro. Sommaruga admitiu que um acordo de eletricidade com o pacto seria benéfico, mas que “o problema fundamental – nossa dependência de petróleo e gás do exterior – não mudaria o acordo”.

A Suíça ainda está intimamente ligada à rede européia de gás. O Tages-Anzeiger escreve que o governo federal está atualmente em negociações com a Alemanha e a Itália para negociar um acordo de solidariedade em caso de escassez de gás.

Ambos os países da UE têm leis ou estão considerando adaptar as leis para impedir a exportação de gás em caso de emergências. Isto teria conseqüências para a Suíça. Em resposta, escreve o documentoLink externo, o Ministério de Energia suíço está ameaçando usar uma cláusula contratual que torna possível a exploração de um gasoduto que viaja da Alemanha para a Itália através da Suíça. Isto tem causado algumas reações duras na Itália, de acordo com fontes anônimas, diz o documento.