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PS internacional: defensor dos direitos políticos

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A seção internacional do Partido Socialista (PS) tem filiais nos EUA, na França, em Israel e na África. Dois suíços no exterior explicam por que seus membros estão empenhados em resolver os problemas bancários da diáspora suíça e por que essa é uma preocupação socialista.

O Partido SocialistaLink externo tem um braço internacionalLink externo desde 1999. A iniciativa de sua criação partiu do embaixador François Nordmann, que, junto com Tim Guldimann, foi “um dos primeiros socialistas a trabalhar em embaixadas”, como diz o secretariado do partido.

Tim Guldimann também foi o primeiro deputado federal dos suíços no exterior da histótria. Ele foi eleito no cantão de Zurique, mas permaneceu domiciliado em Berlim. No entanto, ele renunciou em 2018, enquanto a legislatura de quatro anos ainda estava em andamento, alegando que a distância não lhe permitia cumprir seu mandato político de forma satisfatória.

Perfil do partido

  • PS – Partido Socialista
  • Ano de fundação: 1888
  • Co-presidido por Cédric Wermuth e Mattea Meyer
  • 2 assentos no Conselho Federal – Alain Berset (desde 2012), Elisabeth Baum-Schneider (desde 2023)
  • Número de membros: 31.300 (dados de 2019)
  • Proporção de eleitores em 2019: 16,8%
  • Participação nas cadeiras da Assembleia Federal: 18,3%
    • 39 assentos no Conselho Nacional – Câmara dos Deputados (19,5%)
    • 6 assentos no Conselho de Estados – Senado (13%)
  • Participação das mulheres no Conselho Nacional: 64,1%
  • Participação das mulheres no Conselho de Estados: 33,3%
  • Posicionamento político, 3 preocupações centrais:
    • O PS está comprometido em aumentar o poder de compra e a prosperidade para todos
    • O PS está comprometido com uma maior igualdade e paridade
    • O PS promove um serviço público forte

A seção internacional do PS tem 155 membros em todos os continentes. Denise Dafflon, membro do comitê de direção e coordenadora da seção do PS nos Estados Unidos, explica que isso ajuda a fortalecer o vínculo entre a diáspora, a Suíça e sua política. “Os direitos políticos, as atividades e os interesses dos cidadãos no exterior estão no centro de nossas preocupações”, diz ela.

As filiais no exterior são uma característica especial do PS: em Berlim, Bruxelas, Roma, Tel Aviv e nos Estados Unidos, os membros do PS International estão organizados dessa forma. Além de seu engajamento político, essas pessoas tentam mobilizar os suíços no exterior durante as votações e eleições. “A visão externa é muito valiosa para a Suíça”, explica Denise Dafflon.

As principais preocupações da PS Internacional

A capacidade dos cidadãos suíços no exterior de exercerem seus direitos políticos na Suíça é uma questão fundamental para o PS Internacional. “Estamos fortemente comprometidos com procedimentos simplificados e desburocratizados”, explica Moritz Bondeli, membro do PS e doutorando na Universidade de Yale.

Denise Dafflon ressalta que “como suíços, não estamos acostumados a ter um interesse ativo em votar e ser eleitos”. Mas é exatamente isso que se deve fazer quando se emigra, registrando-se no consulado. Denise Dafflon acredita que esse procedimento deveria ser modificado: “Bastaria que os suíços no exterior que não desejam fazer uso de seus direitos renunciassem a eles”.

“A mobilidade europeia, o acordo institucional entre a Suíça e a UE e todas as questões relacionadas à participação em pesquisas e estudos no exterior também são questões importantes para nós”, acrescenta Denise Dafflon.

Voto eletrônico: é necessária uma solução intermediária

“É muito importante que os suíços no exterior que desejam participar de eleições e votações possam fazê-lo”, diz Denise Dafflon. Para o PS Internacional, a votação pela internet é um importante instrumento de longo prazo para garantir a participação política. “Mas ele deve ser seguro”, acrescenta Moritz Bondeli. Somente então poderemos confiar nesse tipo de votação eletrônica, em sua opinião. Ele vê os projetos-piloto realizados em junho como promissores.

O escritório do PS Internacional nos Estados Unidos, em particular, está trabalhando para encontrar uma solução provisória até que um sistema confiável possa ser implementado. Os dois socialistas mencionaram a opção do correio diplomático. O envio de documentos de votação por correio diplomático já foi avaliado pelo Governo nos últimos meses. “No entanto, gostaríamos que fosse possível enviar documentos de votação por meio de embaixadas e consulados”, explica Moritz Bondeli.

Como muitas vezes não é possível devolver os documentos a tempo, e o correio internacional é muito caro, muitos suíços no exterior não votam. “Há muita incerteza quanto ao fato de nosso voto realmente contar”, diz Moritz Bondeli.

Representação direta não é uma prioridade

O PS não está apostando em uma lista de suíços no exterior neste ano eleitoral. “Em nosso partido, não fazemos uma distinção tão marcada entre os suíços no país e no exterior”, ressalta Denise Dafflon. Há uma grande confiança de que os candidatos na Suíça entendem as preocupações da Quinta Suíça, a comunidade dos suíços no exterior.

É por isso que a representação direta dos suíços no exterior no parlamento não é uma prioridade no momento. “Ainda não chegamos lá”, diz Denise Bondeli. Por enquanto, o PS acredita que a primeira prioridade deve ser garantir que todos os suíços no exterior que desejarem possam votar.

Pascal Cuttat, de Nairóbi, é, no entanto, um suíço no exterior na lista de homens do cantão de Berna. O PS Internacional está apoiando essa candidatura com todos os meios à sua disposição, conforme explicado na seção internacional. A representação direta certamente não é um objetivo prioritário, mas seria desejável.

Uma conta bancária como um serviço público

“Os suíços no exterior devem ter acesso a produtos financeiros simples, como contas bancárias e hipotecas, em condições razoáveis”, diz Moritz Bondeli. Com um grande banco como o UBS, que opera em todo o mundo, a Suíça tem o know-how, mas só o disponibiliza para os muito ricos, lamenta o PS. “Os milionários não têm problemas em manter relações bancárias no exterior”, diz Moritz Bondeli. Isso cria um desequilíbrio social, e é também por isso que a questão é relevante para o PS.

Para o PS Internacional, os cidadãos suíços que vivem no exterior devem poder manter uma conta bancária na Suíça, independentemente de seus recursos. Isso deveria ser um serviço público. “O Conselho Federal já interveio em várias ocasiões quando os próprios bancos se viram em dificuldades”, diz Moritz Bondeli. Denise Dafflon, por sua vez, acredita que a forma como os bancos tratam seus clientes não é um problema apenas dos suíços no exterior. “De qualquer forma, as taxas bancárias deveriam ser cobradas proporcionalmente à renda e ao patrimônio”, diz ela.

Avaliação da legislatura: os sucessos

+ O PS conseguiu derrotar as propostas de redução fiscal sobre o imposto de renda retido na fonte e o imposto de selo. Ele conseguiu se manter firme contra o bloco burguês unido, incluindo os Verdes liberais e a comunidade empresarial.

+ O PS continua a se apresentar como o partido que defende os direitos das mulheres. Em nenhum grupo parlamentar a proporção de mulheres é maior do que no PS. 

+ O PS venceu o projeto para ampliar a lei criminal antirracista. Gays, lésbicas e bissexuais também ganharam maior proteção contra a discriminação. A proposta veio de um representante do PS. (SRF)


Avaliação da legislatura: os fracassos

– O partido sofreu uma derrota retumbante com sua iniciativa sobre aluguéis “Por moradias mais acessíveis”.  

– Com a votação da reforma da previdência AHV/AVS, o partido também perdeu uma de suas questões centrais. 

– O partido perdeu 3 assentos no Conselho de Estados (nos cantões do Ticino, St. Gallen e Friburgo) durante a legislatura, e agora tem apenas 6 assentos, a primeira vez que isso acontece desde 1999. (SRF)

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Temas de campanha e objetivos

  • Mais dinheiro para a classe média: com a iniciativa de alívio das mensalidades dos planos de saúde e a iniciativa de assistência à infância, o partido quer garantir que as famílias de classe média, em especial, voltem a ter mais dinheiro no bolso.
  • Aluguéis: O PS está se concentrando na explosão dos preços dos aluguéis e, nesse contexto, na escassez de moradias. O partido está atualmente examinando várias soluções, incluindo uma iniciativa popular sobre o assunto.
  • Política climática: junto com os Verdes, o PS lançou uma iniciativa para um fundo climático para incentivar a reforma ecológica e as energias alternativas.
  • Igualdade: o PS é o partido da igualdade. Ele quer manter seu compromisso com a igualdade de salários e pensões para todos. É por isso que, entre outras coisas, o partido está lançando um referendo contra a reforma planejada do segundo pilar da previdência. (SRF)

Situação e perspectivas do partido

Há quatro anos, o PS sofreu um revés histórico, obtendo apenas 16,8% dos votos. Em um determinado momento, o partido chegou a temer que seria ultrapassado pelo PLR nas próximas eleições e perderia seu status de segundo maior partido político do país.

No início do atual período legislativo, o partido perdeu participação eleitoral em várias eleições cantonais. No entanto, ele conseguiu se recuperar e, no início do ano, até obteve ganhos nas eleições cantonais de Zurique, que foram acompanhadas de perto, a primeira vez que isso aconteceu em um longo período.

De acordo com as últimas pesquisas de opinião, é provável que o PS permaneça estável neste outono, ou até mesmo apresente um leve aumento. O debate sobre a legitimidade da segunda cadeira do PS no Conselho Federal deve, portanto, desaparecer. O objetivo do partido é manter o status quo, ou seja, continuar sendo o segundo partido mais forte depois do SVP.

O partido está preocupado com a disputa pelo Conselho dos Estados (Senado). Enquanto o PS detinha 12 assentos no Conselho de Estados após as eleições de 2015 – um recorde histórico – atualmente detém apenas 6 após as recentes perdas no Ticino e em St. Gallen.

A última vez que o PS teve uma representação tão baixa no Senado foi há quase 25 anos, em 1999. Por outro lado, o partido poderia ganhar assentos na Câmara dos Deputados, mas talvez às custas dos Verdes. (SRF)

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Redação SRF: Iwan Santoro

Adaptação: Fernando Hirschy

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