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Enchentes na Argentina deixam 16 mortos e US$ 400 milhões em danos

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Pelo menos 16 pessoas morreram, mais de 900 foram obrigadas a abandonar suas casas e pelo menos 100 estão desaparecidas após a tempestade que atingiu a cidade portuária argentina de Bahía Blanca na sexta-feira, segundo um comunicado das autoridades locais.

O prefeito da cidade, Federico Susbielles, estimou que a inundação causou US$ 400 milhões (R$ 2,3 bilhões) em danos à infraestrutura, durante uma coletiva de imprensa neste domingo (9). 

O Ministério de Segurança da província de Buenos Aires, onde está localizada Bahía Blanca, informou em nota que recebeu mais de 100 denúncias de pessoas desaparecidas após a tempestade que devastou esta cidade, que abriga um dos principais portos do país.

O governo do município informou durante a noite de domingo que o número de pessoas deslocadas diminuiu para 960. O balanço anterior citava 1.350.

O presidente argentino, Javier Milei, “decretará três dias de luto nacional pelo falecimento de compatriotas”, informou a Presidência em um comunicado.

O astro do futebol Lionel Messi comentou em seu Instagram que acompanha “com tristeza” a situação emergência. “Minhas condolências às famílias que perderam seus entes queridos e muita força para todos que estão passando por este momento tão difícil”, escreveu.

Duas meninas desapareceram quando foram levadas por uma corrente de água em questão de segundos, um caso que comove a sociedade argentina. 

A mãe tentava transferir as meninas de 1 e 5 anos de seu carro para uma caminhonete que as ajudava, quando a enchente as arrastou por cerca de 350 metros. 

Com a parada do veículo, subiram no telhado para se proteger, mas outra onda as levou em segundos, relatou o ministro da Segurança de Buenos Aires, Javier Alonso, à emissora local Radio Mitre. 

A mãe “conseguiu sair a mais ou menos 1.200 metros” de distância dali, disse Alonso. Nessa área, está sendo realizada a busca pelas crianças com mergulhadores e equipamentos aquáticos porque ainda há mais de um metro de água.

No fim da tarde, Alonso confirmou que encontraram o corpo sem vida do homem que havia tentado ajudar a mãe e suas filhas de sua caminhonete.

“Uma grande parte dos falecidos são (…) pessoas muito idosas que estavam em casas de repouso ou em lares que cuidam de idosos”, disse o prefeito Susbielles em uma entrevista coletiva. 

Onze já foram identificadas e a prefeitura não descarta a possibilidade de mais mortes nesta cidade de 350 mil habitantes. 

– Danos milionários –

A reconstrução da cidade custará “nada menos que 400 bilhões de pesos”, ou cerca de US$ 400 milhões, estimou Susbielles. “Hoje precisamos (de ajuda) mais do que nunca.” 

Por sua vez, o governo nacional autorizou uma ajuda de 10 bilhões de pesos (R$ 54,19 bilhões) para reparar danos.

As chuvas começaram na manhã de sexta-feira e pararam à tarde, mas 400 milímetros de água caíram durante o fenômeno, praticamente a mesma quantidade de chuva em um ano na região.

O prefeito disse que as equipes de resgate perderam capacidade de resposta quando o arroio Maldonado, que divide Bahía Blanca, transbordou na manhã de sexta. 

A água “nos fez perder praticamente 70% da nossa capacidade operacional, perdemos ambulâncias, patrulheiros, móveis, caminhonetes”, contou. Foram “momentos difíceis, eternos”.

Bairros inteiros ficaram submersos, revelando apenas os telhados das casas. O nível da água chegou a dois metros em algumas áreas desta cidade portuária, localizada 600 km ao sul da capital argentina, cujas rotas e pontes de acesso foram afetadas, inundadas ou destruídas.

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