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Venezuela acusa Guiana de ter atitude ‘hostil’ por se negar ao diálogo

Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, discursa durante uma reunião com membros do corpo diplomático sobre a disputa fronteiriça com o vizinho Guyana, no prédio do Ministério das Relações Exteriores em Caracas, em 27 de setembro de 2023 afp_tickers

A Venezuela acusou, neste domingo (1), a Guiana de ter uma atitude “arrogante e hostil”, depois que o governo guianês se negou a participar de uma reunião proposta pelo presidente Nicolás Manduro para resolver a controvérsia territorial entre os dois países.

A Guiana “mais uma vez se mostra um governo subalterno, refém da transnacional ExxonMobil, que a proíbe de retomar o diálogo soberano com a Venezuela”, disse em um comunicado a chancelaria venezuelana.

“A posição arrogante e hostil da Guiana, negando o diálogo e a diplomacia, é o maior obstáculo para alcançar uma solução”, continuou.

A Guiana se negou no sábado a participar da reunião de “alto nível” proposta na segunda-feira por Maduro, que busca resolver, por meio da negociação, a controvérsia territorial pelo Essequibo, uma região de 160.000 km² rica em recursos naturais.

A disputa, que remonta ao século XX, foi revivida em 2015 quando a americana ExxonMobil encontrou reservas de petróleo em frente ao litoral do país, e recrudesceu recentemente pelas licitações petrolíferas iniciadas pelo governo guianês nas águas em disputa.

A negativa do governo da Guiana se deve ao fato de considerar que a via para resolver a disputa é a Corte Internacional de Justiça (CIJ), que trata do tema desde 2018, quando o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lhe delegou o caso após mais de duas décadas de negociações sem “avanços significativos”.

A Guiana “não participará de nenhuma evasão” da Corte Internacional de Justiça, disse o governo guianês.

A Guiana defende um limite estabelecido em 1899 por uma corte de arbitragem de Paris, enquanto a Venezuela reivindica o Acordo de Genebra, assinado em 1966 com o Reino Unido antes da independência guianesa, que estabelecia bases para uma solução negociada e não reconhecia o acordo anterior.

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