The Swiss voice in the world since 1935

Reunião sobre vida selvagem mundial discute proteção a tubarões e venda de chifres de rinocerontes

afp_tickers

As negociações internacionais sobre a vida selvagem começam nesta segunda-feira (24) com debates que vão da proteção aos tubarões até uma proposta para permitir vendas limitadas de chifres de rinocerontes. 

Representantes de mais de 180 países se reunirão com especialistas em conservação até 5 de dezembro em Samarkand, Uzbequistão, para discutir dezenas de propostas sobre o comércio e a proteção da vida selvagem. 

O evento conta com a participação dos signatários da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagens em Perigo de Extinção (CITES, na sigla em inglês).

O acordo, assinado há 50 anos, é considerado um marco fundamental para a proteção dos animais e plantas mais ameaçados, com a regulamentação do comércio de quase 36.000 espécies.

As propostas em discussão pretendem fortalecer a proteção para várias espécies de tubarões, reduzir as restrições sobre o comércio de girafas e abrir a possibilidade de vendas limitadas de chifres de rinocerontes e marfim de elefantes.

Entre as propostas mais discutidas está um apelo para aumentar a proteção das enguias, um alimento popular em muitos pontos da Ásia. 

A CITES regulamenta o comércio com uma lista de animais e plantas em vários apêndices, com diferentes níveis de restrições comerciais.

O comércio de espécies incluídas no Apêndice I, as mais ameaçadas do mundo, é praticamente proibido. As espécies incluídas no Apêndice II enfrentam um escrutínio e certificação adicionais antes da comercialização.

Uma espécie de enguia, a Anguilla anguilla, também conhecida como enguia europeia, é considerada criticamente ameaçada de extinção e foi adicionada ao Apêndice II em 2009.

Vários países querem adicionar outras espécies de enguias ao Apêndice II, uma proposta rejeitada pelo Japão, país que consome grandes quantidades do animal.

– Marfim e rinocerontes –

Outros temas polêmicos serão abordados, como permitir que os governos vendam suas reservas de marfim de elefante e chifres de rinoceronte. 

Os defensores da medida argumentam que os governos devem ser autorizados a vender as reservas para financiar a conservação, mas vários grupos de defesa dos animais alertam que reabrir a venda vai estimular o comércio ilícito.

“Assim que você abre o comércio lícito, criam-se caminhos para que marfim ilegal e chifre de rinoceronte ilegais sejam ‘lavados’ nos mercados asiáticos, onde já causaram muitos problemas”, advertiu Matt Collis, diretor de política no Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal.

A Namíbia, que defende a proposta, insiste que precisa dos fundos para evitar “a remoção progressiva dos rinocerontes da paisagem, a redução de seu habitat e o enfraquecimento das metapopulações nacionais”.

Também serão discutidas propostas de mais proteções para sete espécies de tubarões, incluindo uma proibição total do comércio para o tubarão-galha-branca-oceânico, criticamente ameaçado.

sah/ane/jm/mas/atm/fp

Mais lidos

Os mais discutidos

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR